Banco Master dobra lucro em 2024, amplia carteira de crédito e aguarda aval do BC para venda ao BRB

O Banco Master registrou lucro líquido de R$ 1,068 bilhão ao final de 2024, resultado 100% superior ao obtido em 2023, quando lucrou R$ 532 milhões. Os dados constam no balanço financeiro anual divulgado nesta terça-feira (1º) pela instituição, um dia após o fim do prazo oficial para divulgação.

O aumento do lucro acompanha a expansão do patrimônio líquido, que passou de R$ 2,3 bilhões para R$ 4,74 bilhões no ano, e dos ativos totais, que atingiram R$ 63 bilhões — alta de 75% frente aos R$ 36 bilhões registrados no exercício anterior. A carteira de crédito fechou o ano em R$ 40,31 bilhões, representando crescimento de 64,5%.

A instituição também reportou ROE (retorno sobre patrimônio líquido) de 28,5% e receitas de intermediação financeira de R$ 7,26 bilhões, frente aos R$ 5,4 bilhões de 2023.

Consolidação de operações

O balanço destaca a conclusão da aquisição de duas instituições financeiras ao longo do ano: Banco Voiter e Will Bank. As operações dessas empresas, junto às da Kovr e da Credcesta, foram integradas e realocadas em uma única estrutura física. 

Segundo o banco, a medida visa otimizar a operação e ampliar a capacidade de atendimento.

No segmento de crédito ao consumidor, o Master divulgou que manteve foco no cartão de benefício consignado Credcesta, enquanto no atacado concentrou esforços em operações estruturadas para empresas. 

As operações foram conduzidas tanto de forma direta quanto por meio de fundos (FIDCs, FIAs e FIMs), além de cessões de carteiras.

Estrutura de capital

Em 2024, os acionistas realizaram aumento de capital no valor de R$ 1,6 bilhão, dividido entre os meses de abril (R$ 1 bilhão) e maio (R$ 600 milhões). A instituição também emitiu R$ 928 milhões em dívidas subordinadas não conversíveis, que estão em processo de aprovação junto ao Banco Central para futura conversão em capital.

A captação por meio de depósitos a prazo e interfinanceiros totalizou R$ 49,3 bilhões. A principal fonte foi o Certificado de Depósito Bancário (CDB), com emissões no mercado a taxas próximas de 140% do CDI e prazos de até oito anos.

Reclassificação de rating

Ainda no balanço divulgado nesta terça-feira, o banco ressaltou a elevou o rating nacional de longo prazo , pela agencia Fitch, passando  de BBB (bra) para A- (bra). A agência atribuiu a mudança ao desempenho financeiro de 2024, à consolidação das aquisições e ao crescimento da receita.

Negociação com o BRB

O documento também faz menção à venda de 58% do capital do banco para o Banco de Brasília (BRB). A operação, anunciada na última sexta-feira, ainda aguarda aprovação do Banco Central.