Pesquisa aponta que juros elevados e instabilidade política podem frear empresas em 2025

A Pesquisa Plano de Voo 2025, realizada pela Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), reuniu a opinião de 775 líderes empresariais sobre economia, reforma tributária, sustentabilidade e relações internacionais.

O levantamento indica que 92% das empresas esperam crescimento em 2025, apesar dos desafios impostos por taxas de juros elevadas, instabilidade política e desequilíbrio fiscal.

Entre as expectativas do setor privado, avanços na política econômica são considerados essenciais por 90% dos entrevistados, enquanto 54% apontam infraestrutura como um ponto de atenção e 36% priorizam inovação e tecnologia para impulsionar o ambiente de negócios.

Os dados mostram um empresariado otimista em relação ao crescimento, com 36% das empresas projetando uma expansão superior a 15%, 23% esperando um avanço entre 6% e 10% e apenas 0,6% prevendo retração. Para atingir esses resultados, a maioria das empresas pretende focar no mercado interno, estratégia mencionada por 69% dos entrevistados.

Além disso, 51% acreditam que a digitalização e a automação são decisivas para ampliar a produtividade, enquanto 48% destacam a redução de custos como uma prioridade.

A inovação também aparece como um fator essencial, sendo considerada estratégica por 41% das empresas.

Apesar da perspectiva positiva, os desafios econômicos seguem no radar dos empresários. A pesquisa revela que 72% dos líderes empresariais estão preocupados com as incertezas do cenário econômico, sendo que 77% apontam as taxas de juros elevadas como principal entrave para os negócios em 2025.

O desequilíbrio fiscal também é motivo de alerta para 64% dos entrevistados, enquanto 63% temem uma inflação persistente. Outros fatores apontados como riscos incluem a desvalorização cambial, mencionada por 54%, e a instabilidade política, que preocupa 59% dos participantes do levantamento.

Reforma Tributária em pauta

A reforma tributária também foi amplamente discutida. Para 47% das empresas, a reforma tem potencial para aumentar a competitividade no médio prazo, mas 30% acreditam que seus efeitos serão neutros e 23% temem que ela possa reduzir a competitividade.

A percepção geral sobre a qualidade da reforma é dividida: 50% avaliam que ela atendeu apenas parcialmente às expectativas, 30% consideram que as mudanças podem tornar o sistema tributário mais complexo e menos eficiente, enquanto apenas 14% avaliam a reforma como positiva.

Quanto ao grau de dificuldade para adaptação às novas regras, 41% dos entrevistados classificam o processo como complexo ou muito complexo, enquanto 47% o consideram moderado.

Relação Brasil-EUA

No cenário internacional, a relação Brasil-EUA segue sendo vista como estratégica pelos empresários. Para 60% dos entrevistados, o Brasil deve adotar uma postura proativa e buscar estreitar laços comerciais e tecnológicos com os Estados Unidos, ampliando as oportunidades econômicas e de investimento.

Outros 31% defendem uma abordagem mais moderada, sem assumir protagonismo, e apenas 9% acreditam que a relação com os EUA não deve ser uma prioridade no atual contexto global.

A sustentabilidade também tem ganhado espaço na agenda empresarial. O levantamento indica que 42% das empresas enxergam impactos positivos na regulamentação do mercado de carbono, embora os efeitos ainda sejam vistos como moderados.

Outros 41% acreditam que essa medida não terá impacto significativo, enquanto 4% avaliam que pode trazer desafios e custos adicionais. Quando se trata de legislação ambiental e energética, 45% dos entrevistados reconhecem avanços, mas destacam a necessidade de aprimoramentos.

Outros 32% acreditam que as mudanças ainda são limitadas, e 17% consideram que o Brasil não tem avançado como deveria na área ambiental.

O estudo evidencia que, embora o empresariado brasileiro esteja otimista quanto ao crescimento, os desafios econômicos, fiscais e políticos ainda representam um entrave para a competitividade. A necessidade de avanços na infraestrutura, na segurança jurídica e na política econômica segue como prioridade para um ambiente de negócios mais favorável em 2025.

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