Tributação de dividendos: Qual elétrica poderia despachar mais se antecipasse distribuição?

A reforma do Imposto de Renda trará para mesa a taxação de dividendos. Mas não serão todos os investidores que pagarão a conta. Somente aqueles que ganham acima de R$ 50 mil por mês (ou R$ 600 mil por ano). 

Porém, um possível efeito para empresas seria a antecipação dos proventos para ‘fugir’ da taxação, que provavelmente começaria em 2027. 

Isso poderia fazer sentido para alguns cases, na medida em que tal posicionamento poderia fornecer maior atratividade ao papel, antes de uma reforma estrutural para estratégia das companhias.

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Em relatório, a Genial fez a simulação. A corretora alerta, porém, que o documento trata de um mero exercício de possibilidades e não necessariamente de algo factual.

Feito a advertência, aos números.

Segundo a casa, a elétrica com o maior potência de distribuição seria, disparado, a Eletrobras (ELET3). A companhia, privatizada em 2022, arruma a casa e, atualmente, trabalha com um índice de alavancagem baixo, a 1,5x.

Com o Ebitda estimado para 2025, a ex-estatal teria um potencial de distribuir até R$ 58 bilhões (rendimento esperado de até 61% em relação aos preços atuais), em um cenário mais estressado, consideramos que a empresa pudesse alavancar a sua estrutura em até 4x a dívida líquida/Ebitda.

“É importante mencionar que não achamos esse cenário provável, mas algo “no meio do caminho” para além do rendimento recorrente (5/10/20%…) não seria um cenário a ser desprezado”.

Por outro lado, a Genial diz que é possível pensar que, em um contexto onde a tributação de dividendos se materialize, as companhias optem pela realização de programas de recompra ao invés de uma estratégia focada em dividendos (menos atrativos com a tributação).

“Tal cenário já ocorre, inclusive, em mercados globais, como nos Estados Unidos, onde as empresas optam exatamente por essa estratégia”.

Na outra ponta, Auren (AURE3), Taesa (TAEE11) e Alupar (ALUP11) apresentam os mais altos graus de endividamento pela métrica dívida líquida/Ebitda. 

“Tal estrutura de capital limita maiores captações de recursos de terceiros, seja por uma recente aquisição, operação com uso de alta alavancagem, projeto de expansão de investimentos a frente”.

Dividendos vs investimento

A Genial diz que, no geral, o setor como um todo apresenta uma baixa alavancagem de 2x, considerando a média ponderada pelo valor de mercado das empresas. Isso mostra que, em termos gerais, o setor apresenta alavancagem financeira saudável.

“No entanto, nomes com pouco endividamento podem ainda não apresentar o mesmo potencial que ELET3 tendo em vista um plano de investimentos robusto adiante. O caso mais claro em nossa cobertura é Sabesp (SBSP3), que atualmente está 1,8x Dívida Líquida/EBITDA”.

A empresa está comprometida com o plano de universalização de serviços de água e esgoto em São Paulo até 2029, o que prevê um investimento próximo de R$ 70 bilhões até 2029.

“Portanto, ainda que a alavancagem da companhia suba de maneira saudável, sem comprometer a saúde financeira, dada o alto potencial de geração de caixa, não esperamos que o foco da companhia no médio prazo seja o de forte distribuição de dividendos”.

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