Lolla BR 2025: Michael Kiwanuka e sua guitarra fazem excelente show de “miolo de line-up”, item em falta no festival

Créditos: Van Campos (AgNews)

Talvez você não conheça Michael Kiwanuka de nome, mas saiba cantarolar um de seus sucessos, “Cold Little Heart”, por ser trilha sonora da série de sucesso “Big Little Lies”, estrelada por Nicole Kidman, Reese Whitherspoon, Meryl Streep e mais.

O britânico de 36 anos fez sua estreia no Brasil neste domingo (30) derradeiro dia de Lollapalooza diante de um público metade atento, metade disperso no palco principal do festival.

Entrando ao lado de sua banda com backing vocals, bateria, baixo e uma segunda guitarra numa caminhada e tranquila, Kiwanuka e sua guitarra enfileiraram dez músicas num setlist curto, mas eficiente para mostrar a excelência do som do cantor. Ele passeia pelo pop rock, com influências claras do soul, do jazz e da psicodelia.

Créditos: Van Campos (AgNews)

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“Obrigado, Lollapalooza, por me receberam na minha estreia aqui no Brasil. Espero que curtam o show”, disse ele, em inglês.

E não por acaso ele e o instrumento são melhores amigos: antes de ser um cantor com banda, Michael começou sua carreira na música como guitarrista contratado de um estúdio em Londres, ainda quando era mais novo, por volta dos 22-23 anos.

Seu talento logo ultrapassou as dedilhadas, e ele chamou uma atenção de uma gravadora para a estreia de EPs que o levaram a lugares ainda inéditos — como a abertura de shows da gigante conterrânea Adele, em 2011.

De lá pra cá, o artista estreou mais de quatro discos, incluindo o mais recente, o “Small Changes”, do ano passado, e venceu prêmios importantes, como Grammy, MTV EMA, Brit Awards e até o Mercury Prize, em 2020. É com a turnê do disco mais recente que ele chega em nosso país para se apresentar no festival e em outros dois shows na recém-inaugurada Blue Note Rio.

O público do show, que teve clima de abertura do palco pelo frescor do som e o céu azulado entre nuvens, estava dividido: uns ali, de ouvidos atentos prestando atenção ao artista que não conheciam; outros muitos (em sua maioria mais velhos, na casa dos 35+) aproveitaram o momento para botar a conversa em dia na roda de amigos, enquanto esperam Foster The People e Justin Timberlake — os nomes mais famosos neste dia.

Créditos: Van Campos (AgNews)

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A presença de pessoas que não conheciam o som de Michael Kiwanuka é uma das amostras de um bom exemplo de artistas de “miolo” de line-up — aqueles que chamam a atenção no meio da arte de programação do evento, atraem público mas não arrebatam multidões.

Estes, em sua maioria, têm boas trajetórias pessoais e profissionais, um som interessante de se conhecer e uma pequena base de fãs. Kiwanuka foi raridade preciosa nesta edição do Lollapalooza no Brasil, que priorizou cantores iniciantes com hits virais no TikTok a carreiras tímidas, mas já consolidadas, que valem a pena conhecer.

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