Revista expõe novos detalhes de ataque secreto dos EUA no Iêmen

O jornalista Jeffrey Goldberg, editor-chefe da publicação, foi incluído por engano na conversaReprodução

A revista The Atlantic revelou novos trechos de uma conversa sigilosa em um grupo do aplicativo Signal, onde altos funcionários do governo de Donald Trump compartilharam informações militares sobre um ataque no Iêmen.

O detalhe surpreendente é que o jornalista Jeffrey Goldberg, editor-chefe da publicação, foi incluído por engano na conversa e teve acesso às mensagens antes mesmo da ofensiva ocorrer.

As mensagens indicam que o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, alertou os participantes do grupo (sem perceber a presença do jornalista) sobre o ataque ao Iêmen, dando detalhes em relação a horários, aeronaves envolvidas e a localização de principais alvos.

Esse vazamento desmente a alegação do governo Trump de que não houve compartilhamento de informações confidenciais.

Revista expõe novos detalhes de ataque secreto dos EUA no IêmenReprodução

Em uma das mensagens reveladas, Hegseth escreveu: “O clima está FAVORÁVEL. ACABEI DE CONFIRMAR com o CENTCOM [sigla para Comando Central dos Estados Unidos, que é um comando militar que defende e promove os interesses dos Estados Unidos na região do Médio Oriente, Ásia Central e Sul] que estamos prontos para o lançamento da missão”, cerca de duas horas antes do início dos ataques.

O vazamento gerou forte repercussão nos EUA, uma vez que o The New York Times classificou o incidente como uma “falha extraordinária de segurança”. O Signal não é um canal oficial para comunicação governamental, e o caso levanta preocupações sobre a proteção de informações militares sigilosas na gestão Trump.

Além das informações estratégicas sobre o ataque, o grupo também trocou críticas contra aliados europeus, minimizando o impacto dos ataques para os EUA e sugerindo que a operação beneficiaria mais a Europa.

Em uma das mensagens, o vice-presidente JD Vance afirmou: “Eu apenas odeio salvar a Europa de novo”, ao que Hegseth respondeu: “Eu compartilho totalmente do seu desprezo pelos aproveitadores europeus. É PATÉTICO.”

O governo Trump continua negando que houve vazamento de “planos de guerra”, mas o escândalo levanta discussões sobre possíveis violações à legislação americana de sigilo. O Conselho de Segurança Nacional afirmou que revisará seus protocolos para entender como o jornalista foi adicionado ao grupo e evitar novos vazamentos.

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