Missão do Brasil é ser protagonista em clima, comércio e tributação, afirmam ministros

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Em meio a pressões sobre o custo dos alimentos e mudanças climáticas extremas, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro da Fazenda Fernando Haddad reafirmam a defesa de um conjunto de medidas para proteger o poder de compra da população, estabilizar a economia e garantir o protagonismo do Brasil no cenário internacional.

Entre os principais pontos abordados estão a reforma tributária, com isenção total para alimentos da cesta básica, a criação de estoques reguladores, o fortalecimento do comércio exterior e a necessidade de ações climáticas estruturadas.

Também foram tratados os efeitos do arcabouço fiscal, defendido por Haddad como um modelo elogiado internacionalmente, com flexibilidade para ajustes futuros.

Cesta básica isenta de impostos

Haddad reforçou que a reforma tributária, que unifica tributos sobre consumo, manterá a isenção de tributos sobre alimentos da cesta básica.

A medida é considerada essencial para aliviar o impacto da inflação alimentar, principalmente sobre as famílias de baixa renda.

“O governo está comprometido em proteger a cesta básica da tributação. É uma questão de justiça social e estabilidade macroeconômica”, afirmou o ministro da Fazenda.

Em relação à inflação o Ministro da Fazenda destaca que há uma expectativa positiva para 2025, contrapondo o que está sendo projetado pelo mercado, estourando a máxima de 4,5%.

“Acredito que possamos nos surpreender positivamente com a inflação desse ano, em virtude de safra, do câmbio e até da geopolítica, que creio que pode ser o oposto que está sendo projetado”, enfatizou Haddad.

Clima extremo e câmbio explicam a alta dos alimentos

Segundo Alckmin, os principais fatores por trás da alta nos preços dos alimentos são os eventos climáticos extremos, como seca e calor fora do padrão, que afetaram a produção agrícola em diversas regiões.

“Foi um conjunto de fenômenos, como a seca severa, calor atípico, dólar pressionando os custos de produção e também uma crise aviária nos Estados Unidos”, explicou.

Apesar do cenário desafiador, há expectativa de crescimento de quase 10% nas safras em 2025, o que reforça a importância dos estoques reguladores como instrumento para evitar oscilações bruscas de preços e garantir a segurança alimentar.

Comércio exterior e diplomacia ambiental

Alckmin também destacou o esforço do governo para fortalecer o comércio exterior, mesmo diante de tensões com os Estados Unidos.

“Em relação a questão ambiental, a postura dos EUA não é boa, em relação a sua saída do Acordo de Paris. Mas o Brasil é protagonista em assuntos como a segurança energética, economia de baixo carbono e redução do desmatamento da floresta Amazônica. E a expectativa é que essas oportunidades aumentem”.

O Ministro e Vice-Presidente destacou ainda o papel da China como forte parceiro comercial do Brasil, e das ações voltadas a indústria interna.

“Sobre o comércio internacional, a China, ainda é o principal comprador de commodities do Brasil. Por outro lado, o MIDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) está trabalhando por uma indústria mais inovadora, sustentável, competitiva e exportadora”, afirmou.

As declarações foram dadas durante o evento Rumos 2025, promovido pelo jornal Valor Econômico, que reuniu autoridades e especialistas para discutir os caminhos da economia brasileira diante de desafios climáticos, fiscais e geopolíticos.

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