Inflação pressiona: 83% dos consumidores brasileiros mudam hábitos de compra em 2025

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O comportamento do consumidor brasileiro em 2025 reflete um cenário de incertezas econômicas, ajustes de gastos e novas prioridades.

Segundo o estudo Consumer Pulse Brasil 2025, da consultoria Bain & Company, 83% dos brasileiros estão adotando estratégias para reduzir despesas, sendo as principais medidas a diminuição da quantidade de itens adquiridos e a substituição por marcas mais acessíveis.

Entre as categorias mais afetadas pelos cortes estão roupas, delivery e alimentos.

O impacto da inflação e do custo de vida afeta de maneira desigual as diferentes classes sociais. Enquanto consumidores de alta renda cortam gastos discricionários, como lazer e delivery, os de baixa renda reduzem o consumo de alimentos e itens essenciais.

Apenas 21% da população de baixa renda consegue poupar dinheiro para o mês seguinte, contra 35% da média nacional. Entre os que poupam, apenas 14% o fazem sem precisar renunciar a compras desejadas.

Disparidades entre classes e gerações

O estudo revela diferenças marcantes no comportamento de consumo entre alta e baixa renda. Enquanto 44% dos consumidores de alta renda declaram ter tempo para lazer, apenas 23% dos de baixa renda afirmam o mesmo.

Além disso, consumidores de alta renda utilizam planos de saúde digitais duas vezes mais do que os de baixa renda, e 80% deles participam de programas de fidelidade, contra apenas 25% dos consumidores de menor poder aquisitivo.

No recorte geracional, a Geração Z se mostra 1,5 vezes mais preocupada com sua situação de emprego do que os Baby Boomers.

O consumo de cerveja, por exemplo, é 1,2 vezes mais frequente entre os mais velhos do que entre os mais jovens, demonstrando diferentes padrões de hábitos de lazer e consumo.

Saúde e bem-estar ganham protagonismo

A preocupação com a saúde segue forte após a pandemia, sendo uma das principais prioridades dos brasileiros. O estudo indica que as pessoas estão cada vez mais engajadas em melhorar a alimentação, reduzindo o consumo de açúcar, sal e gorduras, e aumentando a ingestão de alimentos orgânicos e naturais.

Além disso, o uso de aplicativos de saúde, telemedicina e monitoramento do estilo de vida cresce, com maior adesão entre a Geração Z.

Sustentabilidade x preço: um dilema para os consumidores

A preocupação com a sustentabilidade vem crescendo, mas o custo ainda é um obstáculo. Embora 70% dos consumidores afirmem que a sustentabilidade é um fator importante na decisão de compra, apenas 12% estariam dispostos a pagar mais caro por produtos sustentáveis.

A falta de informação também é apontada como barreira para uma adoção mais ampla de práticas ecológicas.

Hiperconectividade e desafios digitais

O uso intenso de ferramentas digitais permanece uma tendência, mas gera contradições. Muitos consumidores expressam o desejo de reduzir o tempo online por preocupações com distrações, saúde mental e produtividade.

No entanto, a realidade mostra que o consumo digital continua em alta, impulsionado pela inteligência artificial e pelo avanço do comércio eletrônico.

Hoje, 62% dos brasileiros já utilizam ferramentas de IA, com uma visão predominantemente positiva sobre seu impacto no dia a dia.

A pesquisa da Bain & Company indica que empresas precisam estar atentas às diferenças entre classes sociais e gerações para oferecer soluções que atendam a um público cada vez mais exigente e cauteloso.

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