Selic a 14,25% vai encarecer dívidas e dificultar crédito; saiba como isso afeta seu bolso

A expectativa é que o Comitê de Política Monetária (COPOM) decida, nesta quarta-feira (19), por um novo aumento na taxa Selic, que pode atingir 14,25% ao ano.

Esse movimento tem impacto direto no custo do crédito, tornando empréstimos, financiamentos e negociações de dívidas ainda mais caros para consumidores e empresas.

Se uma pessoa tem uma dívida de R$ 10.000 com uma taxa de juros de 10% ao ano, ela pagaria R$ 1.000 de juros ao longo do ano.

Com a Selic, hoje, a 13,25%, esse valor de juros poderia ser maior, chegando a R$ 1.100.

Agora, se a Selic aumentar para 14,25%, o valor dos juros sobe para R$ 1.142, ou seja, ela pagará R$ 42 a mais por ano, para cada R$ 10.000 de dívida.

Esse aumento no custo do crédito pode dificultar ainda mais a quitação de dívidas e a recuperação financeira dos consumidores.

A alta da Selic afeta diretamente a disponibilidade de crédito no mercado, pois as instituições financeiras ajustam suas taxas de juros para acompanhar a taxa básica do Banco Central.

Isso significa que, além de tornar os empréstimos e financiamentos mais caros, os consumidores podem se deparar com restrições de crédito, já que os bancos se tornam mais cautelosos na hora de conceder empréstimos.

O cartão de crédito, que é a principal modalidade de endividamento no Brasil, pode se tornar ainda mais oneroso, ampliando o risco de inadimplência.

Inadimplência no Amazonas segue alta

Em março de 2025, aproximadamente 53% da população adulta do Amazonas está inadimplente, superando a média nacional de 45%, conforme dados da Serasa.

O estado tem 1,5 milhão de CPFs com contas atrasadas, somando um total de R$ 7,8 bilhões em dívidas.

Além disso, cada consumidor inadimplente tem, em média, quatro dívidas registradas, com um saldo médio de R$ 4.952,55.

O endividamento médio dos consumidores no estado do Amazonas é de R$ 4,9 mil, com a faixa etária de 26 a 40 anos sendo a mais afetada, representando 35,9% dos inadimplentes.

Impacto da alta da Selic para os endividados

Segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC), 78% das famílias brasileiras estavam endividadas em fevereiro de 2025, com o cartão de crédito como principal causa do endividamento.

Além disso, a renegociação de dívidas pode se tornar mais difícil, já que os bancos tendem a oferecer condições menos vantajosas em períodos de juros altos.

Especialistas recomendam que quem já está inadimplente busque renegociar seus débitos o quanto antes, evitando que os encargos se tornem impagáveis.

Como se proteger da alta dos juros?

Para enfrentar o aumento da Selic e o impacto no custo do crédito, é importante antecipar pagamentos de dívidas para evitar juros mais altos no futuro, buscar alternativas mais baratas, como trocar dívidas do cartão de crédito por créditos com juros menores, e evitar parcelamentos longos, que aumentam o custo final da compra.

Além disso, organizar as finanças e cortar gastos desnecessários são passos essenciais para passar por períodos de juros elevados sem prejudicar a saúde financeira.

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