Banco do Brasil (BBAS3): Itaú BBA liga sinal amarelo para dividendos

O Banco do Brasil (BBAS3) é o grande vencedor entre os bancões até agora. BBAS3 subiu 16%, enquanto Itaú (ITUB4) teve alta de 6%, Santander (SAMB11) 7% e Bradesco (BBDC4) está no zero a zero.

Isso, porém, não foi suficiente para fazer o Itaú BBA mudar de ideia sobre os papéis da estatal. A corretora manteve a recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 30, potencial de alta de 11%. Segundo os analistas, o cenário desafiador, com piora da inadimplência e crescimento menor, deverá continuar em 2025.

Os analistas liderados por Pedro Leduc estimam que o Banco do Brasil vai lucrar R$ 37,5 bilhões no ano, o que seria o piso da faixa das projeções fornecidas pela estatal. 

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“Embora tenhamos uma visão positiva sobre o Banco do Brasil no longo prazo, estamos aguardando uma dinâmica melhor e/ou um ponto de entrada”, coloca.

Banco do Brasil: Dividendos menores?

Carro-chefe do BB, os dividendos podem não passar imunes à piora. Segundo os analistas, com o crescimento moderado dos lucros em empréstimos e obstáculos que o BB terá que vencer, como a inadimplência no agro, cresce as chances de um pagamento menor em vez de estável em 2026.

Em 2025, o BB já mudou a sua política, trabalhando com uma faixa de pagamento de 40% a 45%, antes em 45%. Ou seja, na prática, o banco já pode fechar a torneira.

O Itaú acredita, porém, que essa mudança, por si só, não terá um impacto significativo para os investidores (o rendimento cairia em 100 bps para 9% em 2025). O problema é a mensagem, que indica um novo equilíbrio de crescimento, lucratividade e pagamentos.

Ademais, considerando crescimento de 10% dos empréstimos e ROE (retorno de rentabilidade) de 18-19%, uma taxa de pagamento de 45% reduziria o capital abaixo do nível confortável do próprio banco de 11%, o que o obrigaria a pagar menos dividendos.

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“Essa análise pode explicar por que a trajetória de redução de pagamento já começou. Apenas um cenário de ROE acima de 20% poderia sustentar um crescimento de 10% no livro de empréstimos, o que vemos como menos provável”.

Selic é salvação da lavoura?

Outro ponto importante para o BB é a Selic (taxa básica de juros). Um dos motivos para explicar a escalada da ação é o ‘fator-Selic’, já que o banco ganha com a disparada dos juros, que pode ultrapassar os 15%. 

Porém, o Itaú diz que a composição da carteira do BB mudou em relação ao que era no ciclo de aperto de 2022, quando a taxa chegou a 13,75%. 

Nos cálculos dos analistas, o mix de ativos rentáveis era então 52% estacionado principalmente em títulos flutuantes e apenas 44% em crédito. O mix agora é de somente 47% em títulos, com os maiores 48% em crédito fixos em uma parcela relevante.

“O banco se tornou menos sensível às taxas para margem financeira com clientes., com uma participação reduzida de títulos de mercado e um mix de financiamento mais caro”.

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