Eleições antecipadas na Alemanha: eleitores vão às urnas neste domingo (23)

Neste domingo, 23 de fevereiro, os eleitores alemães vão às urnas para participar das eleições antecipadas do parlamento da Alemanha, o Bundestag. A votação ocorre após a coalizão governamental do país ter entrado em colapso devido a divergências sobre a economia, o que culminou em um voto de desconfiança em novembro de 2024. O chanceler Olaf Scholz perdeu a votação, o que levou o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, a dissolver a Câmara Baixa do Parlamento e convocar eleições para formar um novo governo.

Como funciona o sistema eleitoral da Alemanha?

Na Alemanha, a eleição não é para escolher o chanceler diretamente, mas sim para eleger os membros do Bundestag, a cada quatro anos. Todos os cidadãos com pelo menos 18 anos e que residem no país há, no mínimo, três meses têm direito ao voto. Alemães no exterior também podem votar. Este ano, aproximadamente 2,3 milhões de pessoas votarão pela primeira vez.

O Bundestag é composto por 630 deputados, que são escolhidos por meio de um sistema de votos duplos. A população vota duas vezes: primeiro, para eleger um candidato de seu distrito federal, e segundo, para escolher um partido. A Alemanha é dividida em 299 distritos federais, e o segundo voto, no partido, é crucial para definir a composição do parlamento. Os partidos precisam obter pelo menos 5% dos votos para conseguir representação no Bundestag.

As seções eleitorais abrem às 08h de domingo (23) e fecham às 18h, no horário local (4h e 14h no horário de Brasília, respectivamente). A contagem dos votos será feita manualmente, e os primeiros resultados de boca de urna serão divulgados ao final do dia. O resultado preliminar oficial será publicado na manhã seguinte.

Principais candidatos e cenário político

Foto Reprodução / Na Rua News

Pesquisas recentes indicam uma disputa acirrada entre os principais blocos políticos. O partido conservador CDU/CSU, liderado por Friedrich Merz, perdeu um ponto percentual, ficando com 29%, enquanto a Alternativa para a Alemanha (AfD) cresceu um ponto e alcançou 21%. Os social-democratas de Olaf Scholz caíram para 15%, enquanto os Verdes e os Democratas Livres (FDP) mantiveram suas posições em 13% e 5%, respectivamente.

Embora o bloco CDU/CSU tenha liderado as pesquisas durante boa parte da campanha, os resultados indicam que a formação de uma maioria no Bundestag será difícil sem uma coalizão. O principal desafio para Merz será formar uma coalizão tripartite, já que a AfD, com sua proposta de extrema-direita, é amplamente rejeitada pelos outros partidos, devido ao histórico de seu ideário político em relação ao passado nazista da Alemanha.

Negociações pela coalizão e futuro do governo

Com os partidos se recusando a formar alianças com a AfD, as negociações para formar uma nova coalizão devem ser complicadas e demoradas. Isso pode deixar o governo de Scholz em uma função interina, com a incapacidade de tomar decisões significativas para a maior economia da Europa.

Por Lian Lucas / Correspondente em Portugal

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