Criação de delegacia especializada no crime organizado faz prisões de faccionados aumentarem no Pará


Foram 97 prisões em 2023 e 154 em 2024. Número vem aumentando desde 2020 no combate especializado às facções criminosas implementado no estado, avalia secretário Ualame Machado. Secretário de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), Ualame Machado.
Cristino Martins / OLiberal
O Pará vem aumentando, a cada ano, o número de prisão de envolvidos com facções criminosas responsáveis por crimes como extorsão, ameaça, roubos, tráfico de drogas e homicídios.
Desde que foi criada, em 2020, a Delegacia de Repressão a Facções Criminosas (DRFC) registrou 745 ocorrências e 301 prisões de criminosos faccionados. O número saltou de 97 prisões em 2023 para 154 em 2024 – veja no gráfico abaixo:
Sobre os dados, a Polícia Civil informou que prisões realizadas por outras unidades policiais entram no total geral, sem distinção específica para facções criminosas.
O secretário de Segurança Pública do Pará, Ualame Machado, avalia que o Estado tem intensificado o combate às organizações criminosas, após a criação da delegacia “que tem feito um trabalho específico nessa área de atuação e com ênfase e eficiência nos resultados”.
“Nós conseguimos prender nesse período, inclusive no último ano, especialmente, mais de 150 lideranças de facções criminosas, não apenas os faccionados, que ultrapassam o número de mil faccionados presos, mas também os de alta relevância das organizações, foram mais de 150 prisões em 2024”.
O secretário explica que as lideranças criminosas que atuam no Pará, a grande maioria sequer está no estado, apenas os executores dessas ações. “O Pará tem ido em vários estados como Rio de Janeiro, Santa Catarina, Goiás, Amazonas, Pernambuco, e prendeu responsáveis pelas ações que ocorrem aqui no estado”.
“Esse é um trabalho que tem sido feito em parceria com as polícias dos respectivos estados e tem dado resultado sendo justamente a chave para que a gente possa conseguir avançar, ainda mais, com a integração das forças de segurança por todo o Brasil”.
Combate às extorsões
Um dos crimes que a população enfrenta no cotidiano são as cobranças de valores por criminosos faccionados.
Moradores do distrito de Icoaraci relatam que motociclistas são obrigados a pagar taxas às facções criminosas. No ato do pagamento, um adesivo é colado no veículo. A denúncia ainda está sob apuração.
Sobre as extorsões, o secretário Ualame afirma que é um crime aplicado no Rio de Janeiro, originado de uma facção atuante no Pará e que tem se espalhado pelo restante do Brasil. “Não só no Pará, mas no Ceará, na Bahia, no Amazonas e vários outros cantos do país”.
“Já tivemos ações específicas também de combate a esse tipo de organização, lembrando que quem está no Pará são normalmente os executores dessas ordens e que muitas vezes são presos. Alguns já morreram em confronto com a polícia, mas o que é principal disso tudo é capturar os verdadeiros beneficiários e organizadores desses eventos que normalmente estão em outros estados e não no Pará”.
Para Ualame, mesmo assim “não se pode afirmar que estão no Pará apenas executores das ordens (das facções) e não os que determinam e que muitas vezes recebem esses valores”.
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