Sessões de reabilitação e cuidados 24h: veja como é a rotina de jovem dois anos após ter grave reação alérgica a pimenta


Thais Medeiros de 27 anos sofreu uma lesão permanente no cérebro. Mãe da jovem mantém a esperança, enquanto cuida dela e de suas duas filhas de 9 e 8 anos. Jovem recebe sessões de reabilitação e cuidados 24h dois anos após ter grave reação alérgica a pimenta, em Goiás
Dois anos após sofrer uma reação alérgica ao cheirar um frasco de pimenta em conserva, a rotina da trancista Thaís Medeiros de Oliveira, de 27 anos, é regrada de sessões de fisioterapia e cuidados 24 horas por dia. A mãe, Adriana Medeiros, que é responsável por cuidar da jovem e de suas duas filhas, mantém a esperança em meio aos momentos de dor.
“A gente vive num medo constante, mas a gente tem que aprender a esperar, e essa espera que é doída. O que for melhor pra ela, Deus vai fazer. Eu nem estou rezando demais pra ela ficar e nem impedindo ela de ir. É no tempo de Deus”, relatou.
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Além de fisioterapia respiratória, Thais recebe uma alimentação especial, faz sessões de fonoaudiologia e necessita de medicamentos, fraldas descartáveis e outros cuidados essenciais. De acordo com a família, essas despesas somam aproximadamente R$ 16 mil reais por mês.
Adriana contou que ela e o padrasto da jovem, Sérgio Alves, vivem um dia de cada vez e que fazem o melhor possível para melhorar a qualidade de vida dela. “A gente dá prioridade a essas coisas para manter ela bem, para que tenha um bom funcionamento do que precisa ser feito”, disse a mãe.
Para a família, os últimos dois anos têm sido difíceis, mas de muita perseverança. “Eu nem sei mensurar a dor. Eu prefiro viver hoje. Cuidar dela hoje aqui, na certeza de que eu sempre vou fazer o melhor pra ela”, ressaltou Adriana.
Um dia de cada vez
Adriana Medeiros em rotina de cuidados com a filha Thais Medeiros, após reação alérgica a pimenta
Fábio Lima/O Popular
A mãe e o padrasto da jovem disseram que a recuperação está sendo lenta. No entanto, Thais se mostra presente nos pequenos detalhes. “Às vezes ela tá chorando, eu deito aqui perto dela e acabou. Ela para na hora. É como se ela não quisesse ficar sozinha”, contou a mãe.
Sérgio convive com Thais desde os seus cinco anos de idade e mencionou que percebe expressões de medo e felicidade no rosto dela. Segundo o relato, a enteada dá sinais sutis de que deseja tomar banho e receber outros cuidados cotidianos.
“Ela tem uma certa consciência, mas a gente não sabe até que ponto. Não sabemos o quanto ela enxerga, porque o médico disse que os olhos estão desconectados do cérebro, mas que talvez veja embaçado. Ela chora, sorri e até gira os olhos para o lado da conversa”, pontuou.
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De acordo com Adriana, a saudade da filha é constante. “Tenho que ser forte o tempo todo. Pra mim não tem sido fácil. Tenho dado tudo de mim. Eu não tenho outra saída a não ser suportar o processo junto com ela”, desabafou.
A mãe mencionou ser grata por todo o apoio e as doações recebidas, mas ressaltou que a família ainda espera que o serviço de atendimento domiciliar, conhecido como home care, retorne. Thais recebeu o apoio médico em casa por apenas seis meses.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia comunicou que a jovem não se enquadra nos critérios para receber o serviço oferecido pelo município. Segundo o órgão, o home care é para pacientes que necessitam de ventilação mecânica invasiva e suporte de alta complexidade.
Relembre o caso
Thais Medeiros antes e depois de sofrer uma reação alérgica ao cheirar pimenta
Reprodução/Redes sociais e Fábio Lima/O Popular
Mãe de Valentina, de 9 anos, e de Antonella, de 8, a jovem começou a apresentar alergias e desenvolveu bronquite e asma após a primeira gravdez. Thais Medeiros teve uma reação alérgica no dia 17 de fevereiro de 2023, em Anápolis, a 55km de Goiânia. Segundo a mãe, antes do ocorrido, ela sofria com crises alérgicas e chegou a ficar cinco dias internada por conta de uma bactéria no pulmão.
No momento em que aconteceu o acidente, ela estava na casa do namorado e aproximou um frasco de pimento do nariz para cheirar. Em seguida, a jovem sentiu uma coceira na garganta, passou mal e perdeu as forças.
Ao chegar no hospital, a trancista precisou ser reanimada e ficou internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Anápolis. Na época do ocorrido, o médico Rubens Dias explicou que ela sofreu uma lesão permanente no cérebro, o que comprometeu os seus movimentos e fala.
“O que ela teve foi um período que o cérebro não recebeu a oxigenação devida, porque o coração não estava bombeando sangue para o corpo. E ele gera uma lesão que é irreversível e tem um potencial de gravidade muito grande”, detalhou o médico.
A jovem precisou ficar mais de 250 dias internada. No ano seguinte à reação alérgica, em 2024, Thais passou por três internações de infecções pulmonares, intestinais e urinárias. A última foi em novembro, quando ficou oito dias no hospital para tratar uma pneumonia.
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