Economistas alertam: Inflação dos EUA pode atrasar cortes do Fed

Economistas alertam: Inflação dos EUA pode atrasar cortes do Fed

O índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos Estados Unidos registrou alta de 0,5% em janeiro, superando as projeções do mercado, que esperavam um aumento de 0,3%. No acumulado de 12 meses, a inflação atingiu 3,0%. Os números divulgados pelo Departamento de Estatísticas do Trabalho dos EUA (BLS) indicam pressão sobre a estratégia do Federal Reserve, que vinha monitorando o processo desinflacionário para possíveis cortes nos juros.

Setores que impulsionaram a Inflação dos EUA em janeiro

Os aumentos nos preços da gasolina (1,8%), da energia elétrica (1,1%) e dos veículos usados (2,2%) foram determinantes para o resultado. O setor de habitação também teve impacto relevante, com alta de 0,4%, representando mais de 30% do avanço total. O núcleo do CPI, que exclui os setores de alimentação e energia, subiu 0,4% no mês e 3,3% no acumulado anual, superando os 2,9% esperados pelo mercado.

Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad, comentou que “os dados reforçam as dúvidas sobre a resposta do Fed ao processo de controle inflacionário”. Para ele, a inflação ligada à habitação tende a ser persistente, podendo atrasar cortes nos juros.

Mercado revisa expectativas sobre juros nos EUA

O mercado reagiu aos números, ajustando projeções de política monetária. A precificação para o primeiro corte de 25 pontos-base foi adiada para dezembro, com chance reduzida de redução em setembro. Investidores também passaram a considerar a possibilidade de manutenção dos juros em patamares elevados por mais tempo, e não descartam a hipótese de um aumento.

José Alfaix, economista da Rio Bravo, afirmou que “o resultado forte da inflação contribui para a manutenção da postura neutra adotada pelo Fed”. Ele acrescenta que “com o mercado de trabalho ainda robusto e crescimento dos salários nominais, o Fed segue sem pressa para cortar juros”.

Impacto nos ativos de risco e juros futuros

Com a inflação acima do esperado, os juros futuros americanos subiram 8 pontos-base nos vencimentos de dois anos, refletindo a reavaliação das expectativas. Ativos de risco abriram o pregão em queda, acompanhando o receio de que a política monetária restritiva possa ser mantida por mais tempo.

O presidente do Fed, Jerome Powell, e Raphael Bostic, do Fed Atlanta, reiteraram que não há pressa para redução de juros. “O Fed segue cauteloso com o processo desinflacionário e evita comprometer os avanços alcançados”, afirmou Bostic.

A persistência inflacionária e os impactos tarifários continuam no radar dos analistas, que aguardam novos indicadores para avaliar o próximo movimento do banco central americano.


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