Guerra das tarifas fica no foco dos mercados globais

A semana de 10 a 14 de fevereiro será marcada por uma agenda intensa de eventos econômicos nacionais e internacionais, com destaque para a divulgação de indicadores de inflação e produção industrial e repercussões das tarifas comerciais. Além disso, a temporada de balanços segue movimentando os mercados, com resultados de grandes empresas no Brasil e nos Estados Unidos.

Nos Estados Unidos, a principal divulgação da semana será o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de janeiro, programado para quarta-feira (12). O dado é um dos principais termômetros para as decisões do Federal Reserve (Fed) em relação à política monetária. O depoimento do presidente do Fed, Jerome Powell, no Senado e na Câmara, também será monitorado por investidores.

Na Europa, o Produto Interno Bruto (PIB) preliminar do quarto trimestre da Zona do Euro será divulgado na sexta-feira (14), assim como dados de inflação em países como Alemanha, Espanha e Portugal. No Reino Unido, a agenda inclui a produção industrial e a balança comercial de dezembro.

Na Ásia, o destaque será a divulgação da inflação na Índia e na China, além do relatório mensal da Opep sobre o mercado de petróleo. A taxa de desemprego da Coreia do Sul e dados da produção industrial do Japão também serão acompanhados.

O mercado financeiro inicia fevereiro sob um cenário de alta volatilidade, impulsionado pelo impacto da guerra tarifária entre os Estados Unidos e seus principais parceiros comerciais. O início da vigência de novas tarifas contra a China e a suspensão temporária de taxas sobre produtos do Canadá e México adicionam incerteza ao ambiente global, afetando setores estratégicos como siderurgia, commodities e manufatura.

O operador de mercado Francisco Alves, comentarista da BM&C News, alerta para o cenário. “O mercado começa fevereiro atento às tarifas impostas pelos Estados Unidos contra Canadá, México e China.” Segundo ele, “as ameaças de novas tarifas para a União Europeia aumentam a tensão”, com impacto direto em setores como “commodities, aço e siderurgia”.

Alves destaca que “as tarifas da China começam a vigorar no domingo e, na segunda-feira, entram em vigor as tarifas dos EUA contra a China.” Para ele, “o cenário segue tenso e impacta não só o comércio, mas também os mercados de juros e câmbio.” O operador reforça que “a cada imposição, há oscilações significativas nos ativos, e os investidores estarão atentos aos próximos desdobramentos.”

Cenário Nacional: IPCA e Desempenho do Varejo

No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará na terça-feira (11) o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro. O dado será fundamental para avaliar a trajetória da inflação e suas implicações para a política monetária do Banco Central.

Além disso, na quarta-feira (12), será divulgado o crescimento do setor de serviços de dezembro, e na quinta-feira (13), os números das vendas no varejo. Esses indicadores fornecerão uma visão sobre o desempenho da economia no final de 2024.

O Banco Central do Brasil também divulgará o fluxo cambial da semana e o Boletim Focus, que traz as projeções do mercado para a inflação, juros e crescimento econômico.

Temporada de Balanços

A semana também será movimentada pela divulgação de resultados financeiros de grandes companhias. No Brasil, empresas como BTG Pactual, Suzano, Usiminas, Raízen e Porto apresentarão seus balanços. Nos Estados Unidos, os destaques serão McDonald’s e Coca-Cola, que divulgarão seus resultados na sexta-feira (14).

Mercados e Expectativas para tarifas

Na última semana, as bolsas globais registraram volatilidade. Os principais índices de Nova York encerraram a semana com quedas: Dow Jones (-0,54%), S&P 500 (-0,24%) e Nasdaq (-0,53%). Na Europa, as bolsas fecharam em baixa na sexta-feira (7), refletindo o relatório do Banco Central Europeu (BCE) sobre taxas de juros e os dados do Payroll nos EUA.

No Brasil, o Ibovespa registrou perda de 1,20% na primeira semana de fevereiro, mas ainda acumula ganho de 3,60% no ano. O dólar comercial teve queda semanal de 0,74%, encerrando a R$ 5,7936, e registra desvalorização de 6,26% em 2025.

No mercado de juros, a curva a termo avançou na sexta-feira (7), impulsionada pelo fortalecimento do dólar e pelo aumento nos rendimentos dos Treasuries.

Entre as commodities, o petróleo WTI e Brent recuaram 2,10% e 1,15% na semana, respectivamente. O ouro para abril subiu 0,38%, fechando a US$ 2.887,60 por onça-troy, e registrou alta semanal de 2,6%. O cobre avançou 3,00% na semana, atingindo US$ 4,5950 por libra-peso.

Na balança comercial, o Brasil registrou um superávit de US$ 2,164 bilhões em janeiro, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).

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