Parcerias e cultura pop impulsionam crescimento de leitores na Biblioteca Pública do Amazonas

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Celebrado nesta quarta-feira (23), o Dia Mundial do Livro reacendeu o debate sobre o incentivo à leitura no Brasil, em um cenário de mudanças profundas nos hábitos de consumo de informação e desafios crescentes para bibliotecas públicas em todo o país.

Dados da mais recente edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil revelam que o país perdeu cerca de 4,6 milhões de leitores entre 2015 e 2019.

O percentual de brasileiros com mais de 5 anos que leu ao menos um livro nos três meses anteriores à pesquisa caiu de 56% para 52%.

Na região Norte, onde a média anual de livros lidos por habitante sofreu a maior queda entre todas as regiões: passou de 5,30 para apenas 3,38 livros por ano.

Apesar do aumento do acesso à internet e de dispositivos digitais, o Brasil mantém pouco mais de 6 mil bibliotecas públicas municipais ativas, número considerado baixo para o tamanho do país.

Segundo levantamento da Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários (FEBAB), o empréstimo de livros físicos ainda não retornou aos patamares pré-pandemia, especialmente devido à mudança do perfil do leitor e à migração para acervos digitais.

Amazonas registra alta de público, mas moderniza serviços e aposta em novos formatos

Na contramão da tendência nacional, o Departamento de Gestão de Bibliotecas do Amazonas comemora o crescimento do público visitante.

Segundo o diretor da Biblioteca Pública do Amazonas, Sharles Costa, todas as 9 bibliotecas, 3 salas de leitura e 3 espaços de memória atualmente geridos pelo departamento registram cerca de 3.200 usuários por mês, “um aumento expressivo ao compararmos com anos anteriores”.

Apesar do bom fluxo de frequentadores, o serviço de empréstimo de livros físicos está temporariamente suspenso para inventário e implantação de novas tecnologias no acervo.

“O Centro de Documentação e Memória da Amazônia disponibiliza mais de 1.416 títulos digitais, com mais de 18 mil visualizações no último mês”, destaca Sharles Costa, apontando que o acervo digital é hoje fundamental para atender o público conectado e ampliar o alcance da leitura.

Projetos, eventos e parcerias ampliam acesso e engajamento

Para driblar a queda do interesse pelos livros e estimular a frequência dos leitores, a Biblioteca Pública do Amazonas desenvolve uma série de ações: trocas de livros e gibis, rodas de leitura, eventos literários, oficinas, jornadas literárias e parcerias com coletivos culturais, universidades, escolas e grupos independentes.

A programação é variada, com atividades temáticas ao longo do ano, como o Mês do Livro, Festival Literário, encontros com escritores e mostras bibliográficas.

A pandemia mudou o perfil dos frequentadores e os hábitos de leitura, segundo o diretor da biblioteca:

“A pandemia foi um divisor de águas. Verificamos o interesse crescente do público por informações através das plataformas digitais e mídias sociais e estamos atentos à essa demanda, mas sem descuidar dos que não abrem mão da boa e prazerosa leitura de livros físicos”, explica.

Como estratégia para atrair o público jovem, a biblioteca inaugurou a Quadrinhoteca, um espaço com mais de 3.000 exemplares de HQs, mangás e gibis, que já se tornou referência entre adolescentes e fãs de cultura pop em Manaus.

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