O governador Wilson Lima anunciou, nesta quarta-feira (16/04), o início da Operação Cheia 2025, com o envio de ajuda humanitária para municípios da calha do rio Madeira, no estado do Amazonas.
A ajuda começa a ser enviada amanhã (17/04) para as cidades de Humaitá, Manicoré e Apuí, que já decretaram Situação de Emergência.
O carregamento total de 160 toneladas incluirá cestas básicas, 600 caixas d’água, mais de 26 mil copos de água e seis purificadores do projeto Água Boa.
A medida foi anunciada durante uma reunião do Comitê Permanente de Enfrentamento a Eventos Climáticos, onde também foram atualizadas as ações do Governo do Amazonas e os prognósticos sobre a cheia dos rios no estado para os próximos meses. O carregamento partirá do Porto do São Raimundo, em Manaus.
Durante a reunião, o governador Wilson Lima fez um balanço sobre o trabalho realizado para minimizar os impactos das cheias.
“Nós tivemos um episódio em 2023 que nos deixou muitos ensinamentos. Em 2024, mesmo com a maior seca de todos os tempos, não tivemos problemas de abastecimento. Estamos dando respostas antecipadas para atender os nossos irmãos e irmãs do interior no momento em que eles mais precisam”, afirmou Lima.
O governador também destacou a importância de ações preventivas e a integração das diversas secretarias de Estado, que estão trabalhando em conjunto para mitigar os impactos das cheias nos municípios.
Ações do Comitê Permanente de Enfrentamento a Eventos Climáticos
A reunião contou com a participação de diversos representantes do Comitê Permanente, que foi instituído em 2023 e tornou-se um órgão permanente em janeiro de 2024.
O secretário da Defesa Civil, Francisco Máximo, ressaltou que o trabalho do comitê é desenvolvido de forma coordenada e com o apoio de todas as secretarias de governo.
“Não é um trabalho pontual, essas reuniões preparatórias acontecem com antecedência para preparar as defesas civis dos municípios e as prefeituras. Há uma preocupação macro, não é só um trabalho da Defesa Civil, mas de todo o Estado”, disse Máximo.
O secretário da Defesa Civil também falou sobre as medidas previstas para o período de cheia, que incluem a doação de itens de primeira necessidade, o fornecimento de água potável, apoio aos produtores afetados pela cheia e a continuidade dos serviços de monitoramento de eventos climáticos.
Saúde e setor primário
O plano de contingência para a área de Saúde inclui o envio de kits de calamidade com 107 itens essenciais, como medicamentos e produtos da Atenção Primária, para reforçar o abastecimento nas unidades de saúde das cidades afetadas.
Além disso, o Barco Hospital São João XXIII será deslocado para o município de Anamã, para garantir o atendimento médico à população local.
O Governo do Amazonas também emitiu um alerta sobre o risco de leptospirose devido às inundações, com orientações à população para prevenir a doença.
No setor primário, o Governo do Amazonas planeja a renegociação de dívidas e a antecipação de crédito aos municípios afetados, por meio do programa Limpa Crédito Afeam.
Também será investido mais de R$ 5 milhões na compra de alimentos da agricultura familiar, pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que atenderá mais de 3,4 mil produtores de todo o estado.
Monitoramento e capacitação
No campo do monitoramento, a Operação Cheia 2025 prevê a ampliação de estações fluviométricas no estado, passando de 12 para 50 unidades, a fim de coletar informações cruciais sobre o nível dos rios, precipitação, umidade do ar, temperatura e outras variáveis que possam indicar riscos.
Além disso, a capacitação de agentes municipais da Defesa Civil continuará, e ferramentas como os aplicativos Agente e Cota Rio serão usados para fornecer informações em tempo real à população sobre os níveis dos rios e previsões climáticas.
Prognósticos e impacto das cheias
O governador também apresentou os prognósticos sobre a cheia de 2025. Até o momento, mais de 23 mil famílias foram afetadas, o que equivale a cerca de 92 mil pessoas impactadas diretamente. As nove calhas de rios do Amazonas estão passando por processos de cheia, com picos que começaram em março e seguirão até julho.
De acordo com os decretos municipais, dos 62 municípios do Amazonas, oito estão em Situação de Emergência, 18 em Alerta, 25 em Atenção e 11 estão em normalidade.
O Comitê Permanente e a resposta do Governo
As ações da Operação Cheia 2025 começaram em janeiro, quando o governador Wilson Lima assinou o decreto que torna permanente o Comitê de Enfrentamento a Eventos Climáticos e Ambientais.
Esse comitê, que começou a atuar também durante a seca severa de 2023, tem como objetivo coordenar esforços para mitigar os impactos dos eventos climáticos, como cheias, vazantes e secas extremas.
O comitê é um esforço integrado do Governo do Amazonas, com articulação também com o Governo Federal.
Em 2024, o governador Lima pediu apoio do Ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, para fortalecer as respostas emergenciais, além de realizar ações preventivas a nível estadual.
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