A Cemig (CMIG4) deu um grande susto nos seus investidores após os resultados do quarto trimestre, com um tombo de quase 5%, algo incomum para elétricas, que são geralmente mais estáveis.
O problema foi, justamente, os dividendos. No ano passado, a companhia foi destaque no pagamento, porém analistas acreditam que a estatal não vai conseguir sustentar os bons proventos.
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Esse é o caso do UBS-BB, que reiterou recomendação neutra para o papel, com preço-alvo de R$ 11,2.
No relatório, os analistas até veem bons resultados pela frente, porém com dividendos de menores do que outras elétricas, como a CPFL (CPFE3) (rendimento de 9%) ou Copel (CPLE6) (rendimento de 7%).
Além disso, o banco não vê o risco de federalização totalmente descartado, enquanto metade de suas concessões de energia estão vencendo, o que deve reduzir seu Ebitda, que mede o seu resultado, em R$ 500 milhões.
Os preços de energia também não andam tão favoráveis, com descasamento que pode gerar impacto de R$ 85 milhões.
A partir do segundo trimestre, contudo, o UBS assume normalização dos preços, apoiada pela melhoria da hidrologia e eventual alívio dos gargalos na transmissão, embora possa haver revisões significativas para baixo nos lucros se a disparidade nos preços da energia permanecer.
CPFL na crista da onda
Se a Cemig perdeu o brilho, a CPFL ganhou atenção de analistas. Em outro relatório, o UBS BB reiterou o otimismo com o papel.
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O banco elencou o papel como seguro e bom para os tão desejados proventos.
Embora o TIR (taxa interna de retorno) não seja dos mais atraentes da cobertura do banco, a 10,8%, a elétrica apresenta riscos relativamente menores, além de se esperar que tenha rendimentos de dividendos sólidos (9% em 2025 e 2026), ajudando a evitar armadilhas de valor.
Esse rendimento de dividendos pode ser ainda maior, dada a vitória judicial que a empresa anunciou, no valor de R$ 4,7 bilhões, o que, nas estimativas do UBS, poderia adicionar 1,7% de rendimento de dividendos extra ao ano, se distribuído ao longo de 5 anos.