Ibovespa sobe mais de 1% com Azul (AZUL4) e Vale (VALE3); dólar cai a R$ 5,85 com alívio tarifário de Trump

O Ibovespa (IBOV) começou a semana em tom positivo e estendendo os ganhos da semana anterior, mais uma vez, beneficiado pelo exterior.

Nesta segunda-feira (14), o principal índice da bolsa brasileira fechou aos 129.453,91 pontos, com avanço de 1,39%.

Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,8512, com queda de 0,33% sobre o real. 

No cenário doméstico, os investidores repercutiram o Boletim Focus. Os economistas consultados pelo Banco Central elevaram a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) de 1,97% para 1,98% neste ano e mantiveram as estimativas para o dólar a R$ 5,90; a inflação (IPCA) a 5,65% e Selic a 15% em 2025.

O avanço foi puxado pelo alívio nas tarifas de importação dos Estados Unidos, após o governo Trump anunciar a isenção temporário das taxas sobre os produtos eletrônicos.

“Ainda que o setor de tecnologia não seja um grande influenciador do nosso mercado, esse alívio externo sugere mais apetite pelos ativos locais neste início de semana”, afirma o Bradesco BBI em relatório.

Altas e quedas no Ibovespa 

Entre os destaques do Ibovespa, as ações da Azul (AZUL4) dispararam mais de 12% e lideraram os ganhos do principal índice da bolsa brasileira. O movimento de alta foi impulsionado pelo anúncio da oferta pública primária de ações preferenciais, que pode levantar até R$ 4,1 bilhões — a maior no país em quase dois anos.

A companhia também informou o programa de “vantagem adicional gratuita”. Para cada ação comprada na oferta, o investidor receberá 1 bônus de subscrição, que dá o direito de comprar mais ações da Azul no futuro, no período entre 15 de novembro e 15 de dezembro de 2026. Após essa data, o bônus será extinto.

Os pesos-pesados também impulsionaram o Ibovespa. Vale (VALE3) engatou a quarta alta consecutiva, recuperando as perdas recentes. Agora,  a companhia tem cerca de R$ 250 bilhões em valor de mercado, depois da derrocada do último dia 8 — quando o market cap da empresa fechou em R$ 223,78 bilhões, o menor valor desde abril de 2020.

Os papéis da mineradora foram novamente beneficiados pelo leve avanço do minério de ferro. O contrato mais líquido da commodity para setembro fechou com avanço 0,28%, a 706 yuans (US$ 96,80) a tonelada na Bolsa de Dalian, na China.

Já a ponta negativa foi liderada por Minerva (BEEF3) após o Goldman Sachs rebaixar a recomendação das ações de compra para neutra. Os analistas levaram em conta a relação de risco-recompensa após o anúncio de aumento de capital na semana passada.

Exterior 

Nos Estados Unidos, os índices de Wall Street subiram mais de 1%, com recuperação das ações de tecnologia após o alívio tarifária sobre os produtos eletrônicos. Os papéis da Apple (AAPL), por exemplo, avançaram mais de 2%. 

Na noite da última sexta-feira (11), a Alfândega e Proteção das Fronteiras dos EUA anunciou a isenção de smartphones, computadores e outros eletrônicos das tarifas recíprocas, com efeito retroativo a partir de 5 de abril.

Com a decisão, os produtos ficaram de fora das tarifas de 145% impostas à China, que é o principal polo de produção de eletrônicos como o iPhone, e da taxa adicional de 10% aplicada à maioria dos países. 

O recuo, porém, deve ser temporário. Ontem (13), o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, afirmou que a ‘pausa’ tarifária pode ser temporária. Segundo ele, os produtos sujeitos a taxas separadas, junto com semicondutores — que serão anunciadas em até dois meses.

Confira o fechamento dos índices de Wall Street: 

  • Dow Jones: +0,78%, aos 40.524,79 pontos
  • S&P 500: +0,79%, aos 5.405,97 pontos
  • Nasdaq: +0,64%, aos 16.831,48 pontos
Adicionar aos favoritos o Link permanente.