
A escalada da rivalidade entre Estados Unidos e China vai muito além de uma simples guerra comercial. De acordo com o professor de Relações Internacionais Marcos Vinicius, entrevistado no programa BM&C News, a disputa entre as duas potências reflete uma tentativa dos EUA de manter sua posição dominante no cenário global, ainda que isso envolva custos crescentes e impactos sobre o próprio sistema internacional que ajudaram a construir.
“Está caro para os Estados Unidos manterem-se na posição que estão atualmente”, avaliou Vinicius. O professor destacou que os EUA têm adotado uma postura de desengajamento em outras áreas de conflito, como na Ucrânia e no Oriente Médio, para concentrar seus esforços em conter a ascensão chinesa. “A dedicação que eles parecem ter é justamente o controle do processo de ascensão da China”, explicou.
China aprendeu com erros do passado
Na visão do especialista, a China se preparou de forma estratégica para o momento atual. Após estudar os erros cometidos pela União Soviética e as dificuldades econômicas impostas aos japoneses pelos EUA, os chineses criaram uma rede robusta de parcerias comerciais, conectando-se a mais de 140 países. “A China fez muito bem a lição de casa”, pontuou Vinicius. Hoje, o país ocupa um papel central no comércio internacional, consolidando-se como a nação mais relevante quando o assunto é desenvolvimento econômico global.
Estados Unidos vs China: não é só uma briga de egos
Para Vinicius, apesar da retórica agressiva e das posturas endurecidas de ambos os lados, a disputa não se resume a uma batalha de egos. Trata-se de uma questão estrutural, na qual a potência estabelecida tenta dificultar a ascensão do concorrente natural. “Os Estados Unidos têm interesse na preservação do status quo, mas, pelas medidas que têm adotado, também estão propensos a destruir aquilo que construíram no passado”, alertou o professor, referindo-se à forma como Trump lidou com as relações comerciais internacionais.
Segundo ele, a forma como os EUA vêm reagindo à expansão da influência chinesa coloca em risco o equilíbrio global, ampliando as incertezas para o comércio mundial e para a geopolítica nas próximas décadas. Para investidores e analistas, o recado é claro: a disputa pelo topo da hierarquia global está apenas começando, e os desdobramentos exigirão atenção redobrada.
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