O governo dos Estados Unidos anunciou a isenção de smartphones, computadores e outros eletrônicos das tarifas recíprocas anunciadas pelo presidente Donald Trump na semana passada. A medida foi divulgada pela Alfândega e Proteção das Fronteiras dos EUA na noite desta sexta-feira (12) e tem efeito retroativo a partir de 5 de abril.
Ao todo, a agência listou 20 categorias de produtos, incluindo o código 8471, bastante amplo, para todos os computadores, laptops, unidades de disco e processamento de dados automático. Também incluiu dispositivos semicondutores, equipamentos, chips de memória e monitores de tela plana.
Com a decisão, os produtos ficam de fora das tarifas de 145% impostas à China, que é o principal polo de produção de eletrônicos como o iPhone, e da taxa adicional de 10% aplicada à maioria dos países.
Porém, segundo a Bloomberg, a suspensão das tarifas pode ser temporária. De acordo com a agência de notícias, os produtos alvos da isenção anunciada ontem (11) podem ser taxados com alíquotas diferentes em breve, mas provavelmente mais baixas que a taxa atual imposta à China.
O comunicado da Alfândega e Proteção das Fronteiras dos EUA não forneceu uma explicação para a ação do governo Trump, mas a exclusão dos produtos do plano tarifário deve proporcionar um alívio às principais empresas de tecnologia dos EUA, incluindo a Apple e a Dell Technologies e inúmeros outros importadores.
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Desde março, a Apple fretou aviões cargueiros para transportar 600 toneladas de iPhones, ou até 1,5 milhão de unidades do smartphone, da Índia para os Estados Unidos, para ‘driblar o tarifaço’ de Trump.
Analistas alertaram que os preços de iPhones nos EUA poderiam aumentar, dada a alta dependência da Apple em relação às importações da China, o principal centro de fabricação dos dispositivos, que está sujeito à maior sobretaxa de Trump, de 145%. Essa sobretaxa é muito maior que os 26% de imposto de importação cobrados da Índia na época em que os embarques dos aparelhos foram feitos.
Por ano, a Apple vende mais de 220 milhões de iPhones em todo o mundo, com a Counterpoint Research estimando que 20% do total de importações de iPhone para os EUA agora vem da Índia e o restante da China.
*Com informações de Reuters