O Ibovespa (IBOV) tenta um novo respiro nesta sexta-feira (11), acompanhando uma leve recuperação dos índices em Wall Street. Vale (VALE3) também limita as perdas do índice, na esteira do desempenho positivo do minério de ferro.
Por volta de 11h30 (horário de Brasília), o principal índice da bolsa brasileira caía 0,12%, aos 126.204,59 pontos.
Na véspera (10), o Ibovespa fechou em queda de mais de 1%, aos 126.354,75 pontos.
Os investidores seguem monitorando a escalada das tensões entre a China e os Estados Unidos, em meio à guerra tarifária entre os dois países. Hoje (11), o país liderado por Xi Jinping anunciou uma nova retaliação aos EUA, elevando as tarifas de 84% para 125% sobre a importação de produtos norte-americanos.
Ontem (10), a Casa Branca “corrigiu” e informou que as taxas adicionais e recíprocas contra a China somam 145%.
Mas, por aqui, os investidores também reagem a uma bateria de dados econômicos. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve alta de 0,56% em março na base anual, acima da projeção de alta de 0,54% no mês dos analistas consultados pelo Money Times. No acumulado de 12 meses, a inflação subiu a 5,48%.
Já o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br). Considerado a prévia do PIB, o índice subiu 0,41% em fevereiro na comparação com janeiro. A expectativa em pesquisa da Reuters para o resultado de fevereiro era de avanço de 0,15%.
Na avaliação da economista-chefe e sócia da Galapagos Capital, Tatiana Pinheiro, os dados mais fortes do que o esperado não aliviaram as pressões sobre o Banco Central e reforçaram a necessidade de continuidade do aperto monetário. A gestora mantém a projeção de alta de 0,75 ponto percentual na Selic na próxima reunião do Copom, em maio, sendo o último ajuste desse ciclo. Hoje, a Selic está em 14,25% ao ano.
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Wall Street no azul
Depois de um dia de fortes baixas, os índices de Wall Street estendem as perdas com o índice de sentimento do consumidor. Por volta de 11h30 (horário de Brasília), o S&P 500 registrava queda de 0,31%, o Dow Jones caía 0,24% e o Nasdaq, que reúne as maiores empresas de tecnologia, recuava 0,22%.
O sentimento do consumidor dos Estados Unidos caiu em abril com o aumento dos temores de inflação, de acordo com a pesquisa da Universidade de Michigan. O índice caiu para ara 50,8, ante 57,0 em março e abaixo da estimativa de consenso do Dow Jones de 54,6. Já a expectativa para a inflação para um ano saltou de 5% para 6,7% neste mês, o nível mais alto desde novembro de 1981.
Além do acirramento da guerra comercial entre a China e os EUA, os investidores reagem ao início da temporada de balanços do primeiro trimestre de 2025 (1T25) e dados econômicos.
O JP Morgan deu a largada e divulgou um lucro de US$ 14,6 bilhões, ou US$5,07 por ação, entre janeiro e março deste ano. No mesmo período do ano anterior, o banco registrou lucro de US$13,4 bilhões, ou US$4,44 por ação, um ano antes.
Excluindo custos não recorrentes, o JPMorgan teve lucro de US$4,91 por ação, acima das estimativas de US$4,61, de acordo com dados compilados pela LSEG.
Ásia e Europa
Na Ásia, os índices fecharam sem direção única. O índice Nikkei, do Japão, caiu quase 3% . Já o Hang Seng, de Hong Kong, subiu mais de 1%.
Na Europa, os índices sobem em meio às incertezas sobre a guerra comercial. Às 11h20 (horário de Brasília), o principal índice europeu Stoxx 600 subia 0,20%, aos 488,26 pontos. O euro também opera no maior nível em três anos ante o real.
E o dólar?
O dólar perde força ante as moedas globais, como euro e libra. Por volta de 11h20, o indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas fortes, caía mais de 1% e abaixo dos 100 pontos, na mínima desde 2022.
Já na comparação com o real, a moeda norte-americana segue em alta. No mesmo horário, a divisa operava a R$ 5,9046 (+0,10%).
“O dólar tem mostrado fraqueza frente a moedas de países desenvolvidos, mas continua firme e forte contra emergentes. O que parece estar ocorrendo é uma corrosão gradual da credibilidade dos EUA: investidores globais seguem em busca de alternativas ao dólar e aos títulos do Tesouro americano, redirecionando parte dos fluxos para destinos percebidos como mais seguros — como Suíça e Japão, por exemplo. Já os emergentes, sem esse benefício da dúvida, pagam o preço”, afirma Mateus Spiess, analista da Empiricus Research.