A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China entra em um novo estágio com a recente decisão de Washington de pausar por 90 dias as tarifas para países que não retaliaram contra suas políticas, enquanto aumenta para 125% as tarifas sobre produtos chineses. A medida acirra ainda mais as tensões entre as duas maiores economias do mundo, com consequências que podem reverberar globalmente. Embora a pausa nas tarifas represente uma tentativa de suavizar a relação com países aliados, o aumento das tarifas para a China reflete uma escalada na disputa, que pode afetar desde as cadeias de suprimentos globais até o equilíbrio das economias emergentes, como o Brasil. Este novo capítulo promete transformar ainda mais o cenário comercial internacional, com implicações profundas para os mercados financeiros e a dinâmica do comércio global.
Guerra de tarifas: Trump quer ser visto como imprevisível
Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, destaca que a postura imprevisível de Donald Trump deve persistir nos próximos anos, já que o presidente dos Estados Unidos sempre deixa claro que prefere ser visto como imprevisível, com a capacidade de mudar seus planos a qualquer momento. “Ele quer ter a carta na manga de poder mudar seus planos de uma hora para outra, para que ninguém saiba exatamente o que ele vai fazer, fazendo com que as pessoas temam e respeitem os Estados Unidos”, afirma Cruz.
EUA podem zerar negócios com a China?
Ele também aponta que, embora a política de Trump tenha gerado benefícios para a indústria local, com cerca de 75 emissários de países visitando Washington e prometendo aumentar as compras de produtos americanos, a guerra comercial com a China é um tema muito mais geopolítico, com os EUA tentando impedir o avanço chinês em diversas áreas. No entanto, Cruz acredita que é improvável que os EUA consigam reverter a competição com a China a um nível zero, já que a China já ultrapassou os EUA em diversos pontos e continuará avançando.
Como o mercado reage a guerra de tarifas
Para o mercado financeiro, Cruz antecipa que a volatilidade e a incerteza vão continuar ao longo do ano, à medida que a postura de Trump pode gerar novas mudanças nas tarifas. “Em algum momento, se o Trump não gostar de alguma atitude de algum país, ele vai falar que vai aplicar uma tarifa muito alta, algo nessa linha”, prevê o estrategista.
Quanto ao Banco Central dos EUA, Cruz observa que, embora o cenário sem tarifas possibilitasse uma redução nas taxas de juros já na próxima reunião, ainda existem dúvidas sobre o impacto das tarifas inflacionárias para os EUA. Ele acredita que o corte de juros pode ocorrer neste semestre, mas que, para o segundo semestre, muito dependerá da evolução dos preços e das tarifas na economia americana.
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