Morte de fisiculturista que assassinou vendedora no ES: o que se sabe e o que ainda falta esclarecer


Wenderson Rodrigues de Souza, 30 anos, que matou a vendedora Carla Gobbi, foi encontrado morto em presídio no ES, com uma lesão no pescoço causada por um objeto cortante. Morre fisiculturista que matou vendedora a facadas em loja no ES
O coach e fisiculturista Wenderson Rodrigues de Souza, 30 anos, que morreu em uma prisão na Grande Vitória, no último domingo (30), apresentava uma lesão causada por um objeto cortante no lado esquerdo do pescoço, segundo a Polícia Científica. Ele foi preso após esfaquear e matar uma vendedora em uma loja em Vila Velha, no Espírito Santo, em 10 de março.
Ainda de acordo com a perícia, a lesão identificada como causa da morte é um novo ferimento, diferente do que ele já tinha feito em si próprio após esfaquear e matar a vendedora.
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A Polícia Civil e a Secretaria de Estado da Justiça do Espírito Santo (Sejus) repassaram informações sobre a morte do fisiculturista, mas ainda há pontos a serem esclarecidos. O g1 listou o que se sabe e o que ainda falta esclarecer sobre a morte do fisiculturista.
Quando o fisiculturista morreu?
Ele morreu dentro da cela?
Qual é a causa da morte?
A polícia já sabe qual foi o objeto usado?
O ferimento é na mesma parte do corpo de quando ele se feriu ao esfaquear a vendedora?
Como ele foi encontrado na cela?
Havia sinais de violência?
Ele estava com quantos detentos? Eles são suspeitos?
O ferimento foi causado por ele mesmo ou por um detento?
Se houve uma agressão, quem foi o responsável?
Desde quando ele estava preso?
Por quais crimes ele foi preso?
Quem era o fisiculturista?
Quando o fisiculturista morreu?
Segundo a Polícia Civil, Wenderson Rodrigues de Souza, 30 anos, morreu no Centro de Detenção Provisória de Vila Velha, na Grande Vitória, neste domingo (30).
Ele chegou a ser levado para a Unidade de Saúde do Sistema Penal (USSP), no Complexo de Viana, na Região Metropolitana de Vitória, mas já chegou morto.
Nas redes sociais, Wenderson diz que é campeão de fisiculturismo
Reprodução redes sociais
Ele morreu dentro na prisão?
Segundo a Secretaria de Justiça do Espírito Santo (Sejus), Wenderson chegou a ser socorrido após ter sido encontrado na cela, ferido. A pasta não deixou claro, no entanto, se ele já deixou a unidade prisional em Vila Velha sem vida ou se morreu durante o trajeto até a unidade de saúde penal, onde chegou morto.
Qual é a causa da morte?
Segundo a Polícia Científica do Espírito Santo, Wenderson tinha uma lesão no lado esquerdo do pescoço, causada por um objeto cortante.
O objeto atingiu a artéria carótida, o que causou sua morte.
A polícia já sabe qual foi o objeto usado?
A polícia não divulgou qual teria sido o objeto usado para causar a lesão.
Já a Sejus informou que o caso será acompanhado pelo Serviço de Inteligência Prisional, que abriu um procedimento para apurar o fato.
O ferimento é no mesmo lugar de quando ele se feriu ao esfaquear a vendedora?
Não. Quando foi preso, Wenderson já apresentava um corte no pescoço, que teria sido feito por ele mesmo minutos após esfaquear a vendedora, no início de março. Ele chegou a ficar alguns dias internado devido aos ferimentos, antes de ser levado à prisão.
Nesta segunda-feira (31), a Polícia Científica informou que “lesão identificada pelo legista é um novo ferimento, distinto daquele que o interno sofreu no dia em que esfaqueou a vendedora”.
Como ele foi encontrado na cela?
Wenderson Rodrigues de Souza, 30 anos, esfaqueou e matou uma vendedora em uma loja na Glória, em Vila Velha, Espírito Santo
Reprodução
Segundo a polícia, as primeiras informações eram de que os outros detentos falaram que Wenderson estaria passando mal dentro da cela. Quando os agentes chegaram, perceberam a gravidade do ferimento e o levaram à unidade de saúde penal.
Havia sinais de violência?
A Polícia Científica confirmou a morte de Wenderson, mas na ocasião não identificou sinais de violência.
Em nota divulgada às 16h de domingo, a corporação informou que “não foram identificadas marcas de violência ao exame inicial”, mas que apenas após exames seria possível confirmar a causa da morte.
Não foi explicado, porém, porque o novo ferimento causado no pescoço ainda não havia sido observado já naquele momento, considerando que foi em um local exposto.
Ele estava com quantos detentos? Eles são suspeitos?
A Secretaria de Justiça do Espírito Santo não informou o número exato de detentos que estavam na cela no momento em que Wenderson foi ferido.
Já a Polícia Civil informou que sete detentos foram levados a uma delegacia e ouvidos pela autoridade policial.
Depois de ouvidos, os presos foram levados novamente para o Centro de Detenção Provisória de Vila Velha. Segundo a PC, “até o momento, não há indícios suficientes de que a morte tenha resultado de uma ação intencional”. Portanto, os presos não são considerados suspeitos.
O ferimento foi causado por ele mesmo ou por um detento?
É isso que a polícia investiga agora. O objeto que teria causado o ferimento ainda não foi localizado.
Apesar de Wenderson ter se ferido logo após esfaquear a vendedora, dessa vez o ferimento foi em outra parte do corpo, no pescoço, não no mesmo ponto do corte anterior. A perícia ainda não confirma se foi causado por ele mesmo ou por outra pessoa.
Se houve uma agressão, quem foi o responsável?
Caso a investigação conclua que Wenderson foi atacado, será necessário identificar os autores e se as motivações teriam relação, por exemplo, com um desentendimento dentro da prisão ou se há uma eventual relação com o crime que o homem cometeu.
Desde quando ele estava preso?
Wenderson foi preso minutos depois do crime cometido em Vila Velha, no dia 10 de março. Logo após matar Carla Gobbi, ele se feriu utilizando a mesma faca utilizada para esfaquear a mulher, mas foi localizado e preso por agentes da Guarda Municipal de Vila Velha numa rua próxima.
Por quais crimes ele foi preso?
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Reprodução redes sociais
Por ter se ferido após o assassinato cometido, Wenderson foi levado ao Hospital Estadual Antônio Bezerra de Faria, também em Vila Velha, de onde foi levado até o Centro de Detenção Provisória da cidade.
A Polícia Civil concluiu o inquérito da morte de Carla Gobbi e informou no dia 25 que Wenderson foi autuado por feminicídio. Segundo a delegada Raffaella Aguiar, responsável pelas investigações, não havia proximidade entre o assassino e a vítima, mas foi constatado “menosprezo pela figura da mulher de modo geral”.
Dois fatores agravaram a pena de Wenderson: a vítima tinha uma filha de dois anos e não teve possibilidade de defesa.
Quem era o fisiculturista?
Nas redes sociais, Wenderson se apresentava como técnico em Enfermagem, animador de eventos, fotógrafo e poeta. Em outro perfil, ele se descreveu como bicampeão estadual de fisiculturismo e coach de emagrecimento e desenvolvimento pessoal.
No bairro da Glória, ele ficou conhecido por moradores e lojistas por vender doces vestido de super-herói, como Homem-Aranha, dizendo que a atividade ajudava a custear seus estudos na área da Saúde.
Ele já deu várias entrevistas relatando uma trajetória de altos e baixos. Em 2016, após perder uma competição de fisiculturismo, entrou em um período de abuso de álcool e drogas.
Wenderson Rodrigues de Souza, 30 anos, esfaqueou e matou uma vendedora em uma loja na Glória, em Vila Velha, Espírito Santo
Reprodução
Durante essa fase, tentou assaltar um carro, foi espancado por populares e ficou três meses preso. Na cadeia, afirmou ter se convertido ao cristianismo e decidido mudar de vida. Ao sair da prisão, passou a vender doces nas ruas de Vitória e Vila Velha para pagar os estudos. Até então, compartilhava mensagens motivacionais nas redes sociais.
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