
A Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá de 10 a 21 de novembro deste ano em Belém, tem gerado grande expectativa sobre seus resultados.
O embaixador André Correa do Lago, presidente da COP30, destacou que esta edição será uma oportunidade única para o Brasil reforçar seu protagonismo global na agenda climática. No entanto, diferentemente de edições anteriores, não há um acordo final encomendado, como ocorreu em Dubai (Emirados Árabes) e Baku (Azerbaijão).
Diferente das duas últimas conferências, que tinham metas específicas previamente estabelecidas – como o balanço dos oito anos do Acordo de Paris em Dubai e o compromisso com mais recursos por parte dos países desenvolvidos em Baku –, a COP de Belém não tem um ponto de negociação central.
O mandato brasileiro envolve dois elementos que não exigem debate:
- a apresentação das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) pelos países, respeitando as regras do Acordo de Paris sem interferência externa;
- o relatório sobre o financiamento climático, elaborado em parceria entre Brasil e Azerbaijão, que sugerirá caminhos para elevar os recursos de US$ 300 bilhões para US$ 1,3 trilhão.
O embaixador André Corrêa do Lago explicou essa dinâmica:
“não haverá aquele momento específico de negociação como nas edições anteriores, mas a conferência trará avanços concretos. O que teremos de interessante para que haja aquela explosão de aplausos no final? Ainda não sabemos, mas vai ter.”
Segundo o embaixador, a COP30 terá quatro dimensões principais: a conferência de chefes de Estado, a negociação formal, a agenda de ação e a mobilização global.
Ele enfatizou que um dos desafios será garantir que a conferência demonstre ao mundo que vale a pena continuar negociando e acelerando as medidas contra a crise climática.
“A mudança climática está acontecendo mais rápido do que prevíamos. Precisamos acelerar as ações”, afirmou.
A COP30 será também uma oportunidade para o Brasil fortalecer suas políticas ambientais, atrair investimentos e consolidar sua posição como potência verde.
“Se soubermos aproveitar essa chance, será uma ocasião incrível para mostrar ao mundo o potencial do Brasil”, afirmou Correa do Lago.
Com a atenção mundial voltada para Belém, a COP30 promete ser um marco para a diplomacia climática e um teste para a capacidade global de acelerar a transição para uma economia de baixo carbono.
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