Petrobras (PETR4) alinha diesel à paridade internacional com novo corte

Com a redução de 4,6% no preço do diesel anunciada nesta segunda-feira (31), a Petrobras (PETR4) volta a alinhar seus valores à paridade de importação (PPI), após um período em que seus preços estavam acima do mercado internacional. O novo valor, de R$ 3,55 por litro, entra em vigor a partir de 1º de abril e representa o primeiro corte desde dezembro de 2023.

A redução ocorre quase dois meses após a Petrobras ter elevado o preço do diesel em 6%, em 1º de fevereiro, após mais de um ano sem reajustes. Durante grande parte de março, os preços da companhia permaneceram acima do PPI, segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o que favoreceu operações de importação por empresas privadas.

  • Ibovespa: Confira tudo que pode mexer com seus investimentos nesta semana no Giro do Mercado e prepare sua carteira para as mudanças de abril; é só clicar aqui

Thiago Vetter, consultor de gerenciamento de risco da StoneX, destacou que, ao longo de março, os preços da Petrobras chegaram a ficar até R$ 0,40 por litro acima do PPI mínimo, embora essa diferença tenha diminuído ao longo do mês. Agora, com o corte anunciado, os preços se alinham à paridade de importação.

Desde o início do governo Luiz Inácio Lula da Silva, a Petrobras tem promovido ajustes nos combustíveis com menor frequência em relação a gestões anteriores, buscando reduzir o impacto da volatilidade internacional no mercado interno. Os preços dos combustíveis também são uma preocupação do governo federal em um momento em que a inflação dos alimentos afeta a popularidade do presidente.

A Abicom apontou que, no fechamento da última sexta-feira, os preços da Petrobras estavam, em média, 2% acima do PPI e que o indicador acumulava uma redução de R$ 0,45 por litro desde o último reajuste da estatal. Com isso, o corte no diesel já era esperado, segundo Eduardo Oliveira de Melo, sócio-diretor da Raion Consultoria.

“Houve realmente uma estabilização das cotações do barril de petróleo e também uma apreciação do câmbio que propiciaram esse ajuste”, explicou Melo. “Com o ajuste, a Petrobras acaba se alinhando às cotações do mercado internacional.”

Melo também avaliou que o corte no diesel pode abrir caminho para o governo elevar a mistura de biodiesel no combustível de 14% para 15%. A medida estava prevista para março, mas foi adiada devido a preocupações com impacto inflacionário, dado que o biodiesel estava mais caro que o diesel.

*Com informações da Reuters

Adicionar aos favoritos o Link permanente.