Ibovespa (IBOV) abre em queda à espera das tarifas de Trump; 5 coisas para saber ao investir hoje (31)

O Ibovespa (IBOV) abre o pregão desta segunda-feira (31) em queda. O principal índice da bolsa brasileira recua 0,02%, aos 131.872,68 pontos, por volta de 10h03 (horário de Brasília).


Hoje, o dólar à vista tinha leve alta nas primeiras negociações ante o real, abrindo uma semana em que os investidores estão focados no próximo anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre tarifas recíprocas, uma vez que temem seu impacto sobre a economia global.

Por volta das 10h, o dólar avançava 0,32%, a R$ 5,7790.

Do lado corporativo, a temporada de balanços do quarto trimestre (4T24) termina nesta segunda-feira, com destaque para Cruzeiro do Sul (CSED3), Orizon (ORVR3) e Serena Energia (SRNA3).

  • VEJA MAIS: Mesmo com a Selic a 14,25% ao ano, esta carteira de 5 ações já rendeu 17,7% em 2025

Day Trade:

  • CPFL Energia (CPFE3), Hypera (HYPE3) e mais 2 ações para comprar 
  • Eletrobras (ELET3) e outras ações para vender e buscar retornos de até 3,18%

Radar do mercado:

  • Banco Master, JBS (JBSS3), Petrobras (PETR4) e outros destaques 

5 assuntos para saber ao investir no Ibovespa nesta segunda (31)

1 – Projeção para inflação de 2025 é mantida, após quedas

A aposta para a inflação de 2025 foi mantida em 5,65% no Boletim Focus desta segunda-feira (31). No documento da última semana, após o Comitê de Política Monetária (Copom) elevar a Selic em 14,25%, os economistas consultados pelo Banco Central reduziram a projeção.

Já para 2026, 2027 e 2028, as expectativas são de 4,50%, 4% e 3,78%, respectivamente.

A estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano caiu de 1,98% para 1,97% neste Focus. Para 2026, 2027 e 2028, o crescimento esperado para o país é de respectivos 1,60%, 2% e 2%.

Do mesmo modo, as projeções para o dólar indicam um câmbio na casa dos R$ 5,92 e R$ 6 em 2025 e 2026, respectivamente. Para 2027 e 2028, as apostas são de R$ 5,90.

Em relação à Selic, os economistas mantiveram as expectativas para 2025 em 15% e para 2026 em 12,50%. Para os dois anos seguinte, as perspectivas para a taxa básica de juros são de 10,50% e 10%. Vejas as estimativas.

2- Lula de volta da Ásia

O retorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Brasil, após sua viagem pela Ásia, trouxe avanços para o agronegócio, mas também reacendeu debates sobre a condução da política econômica.

Segundo Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, a possível abertura do mercado japonês para a carne bovina brasileira representa um avanço estratégico para o setor. O Japão, terceiro maior importador global, paga preços 54% superiores à média das exportações do Brasil, o que pode gerar impactos positivos para a balança comercial.

No entanto, o que realmente movimentou os mercados foi a divulgação dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Em fevereiro, foram criadas 431.995 vagas formais, o maior saldo da série histórica. Para Spiess, a força do mercado de trabalho representa um desafio para a política monetária, já que uma atividade econômica aquecida tende a pressionar a inflação.

“O mercado leu corretamente o recado: atividade aquecida demais significa inflação mais teimosa, o que obriga o Banco Central a manter a Selic num patamar desconfortavelmente alto por mais tempo”, afirma o analista.

Segundo Spiess, o governo adota uma estratégia contraditória ao incentivar a economia por meio de estímulos e subsídios, enquanto critica a lentidão na queda dos juros. Esse movimento cria um descompasso entre política fiscal e monetária, dificultando o combate à inflação e mantendo as taxas de juros elevadas por mais tempo.

3 – “Modo espera”: mercados aguardam mais tarifas

Lá fora, o clima é de tensão, enquanto os mercados aguardam as tarifas recíprocas dos Estados Unidos, que devem ser anunciadas por Donald Trump na quarta-feira (2), evento que está sendo chamado pelo presidente de” o Dia da Libertação” dos EUA.

Segundo Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, a data foi escolhida pelo ex-presidente Donald Trump para anunciar uma nova leva de tarifas, com foco no setor automotivo. A expectativa é que os Estados Unidos imponham uma taxa de 25% sobre carros e caminhões importados, além de taxar peças essenciais, como motores, transmissões e sistemas elétricos.

Spiess compara a medida ao intervencionismo comercial da Lei Smoot-Hawley, de 1930, que agravou a Grande Depressão. No entanto, ele pondera que o desfecho ainda é incerto, e um adiamento ou acordo de última hora podem mudar o cenário.

Para os mercados, o maior problema é a imprevisibilidade. “Na primeira gestão de Trump, havia método no caos. Agora, parece que nem isso sobrou”, afirma o analista. A crescente incerteza sobre o posicionamento dos EUA no comércio global adiciona volatilidade e torna o ambiente econômico ainda mais instável.

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4 – Investidores de olho no imbróglio do Banco Master

O mercado deve repercutir a aquisição Banco Master por parte do Banco de Brasília (BRB), confirmada na última sexta-feira (28).

A operação envolve a aquisição de 48% das ações ordinárias (com direito a voto) do Master, mas somando ordinárias e preferenciais, o percentual chega a 60%.

No entanto, o Banco Central pode barrar a operação de compra. Segundo informações do jornal O Globo, a transação é arriscada, visto que o banco possui dificuldade de captação de recursos e vinha pagando taxas muito acima dos rivais, de 140% do CDI em seus CDBs.

Outros bancos privados sondaram a compra, porém recuaram da oferta devido aos ativos arriscados, como precatórios e ações de empresas em dificuldades.

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5- Eneva (ENEV3): Atmos, Dynamo e Velt encerram acordo de acionistas na companhia

Eneva (ENEV3) informou ao mercado que a Atmos Capital, Dynamo Administração de Recursos, Dynamo Internacional e Velt Partners realizaram o distrato do acordo de acionistas que detinham desde 2020 na companhia, conforme carta enviada na última sexta-feira (28).

Com isso, não há mais vínculo das gestoras, entre si ou com terceiro, por um acordo de acionistas referente às ações da companhia.

A participação atualmente detida pela Atimos é de 76.156.431 ações ordinárias, equivalentes a 3,94% do capital social da Eneva.

Já a participação acionária detida pela Dynamo atingiu o montante de 191.897.056 ações ordinárias, equivalentes a 9,93%, sendo que os veículos de investidores da gestora detém ainda 2.000.000 ações ordinárias em empréstimos doadores.

Por fim, a participação acionária na companhia atualmente detida pelos veículos de investimento geridos pela Velt é de 25.036.931 ações ordinárias, equivalentes a 1,30% do capital social da Eneva.

*Com informações de Reuters 

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