Banco BRB explica operação com Banco Master e projeta avanço estratégico no setor financeiro

Paulo Henrique Costa, presidente do BRB( Foto: Rafael Lavenère/BRB)

Aquisição de 58% do Banco Master busca ampliar a atuação nacional do BRB em segmentos estratégicos, como crédito consignado, mercado de capitais e câmbio.

O Banco de Brasília (BRB) detalhou os fundamentos da operação que resultou na aquisição de 58% do Banco Master — um movimento que tem chamado atenção do mercado financeiro.

Segundo o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, a instituição adquiriu um conjunto específico de ativos do Master, cuidadosamente selecionados com base em critérios técnicos e estratégicos. Foram deixados de fora cerca de R$ 23 bilhões em ativos que não se enquadram nos interesses do BRB, como carteiras de precatórios, direitos creditórios, fundos de ações judiciais e algumas empresas do grupo Master — incluindo Voiter, Cover e Banco Master BI.

A negociação, segundo Costa, é fruto de uma análise técnica iniciada ainda em 2024, com a compra de carteiras específicas do Master, especialmente de cartão de crédito consignado. A sinergia entre os dois bancos — o BRB com forte atuação em varejo, crédito imobiliário e seguridade, e o Master com presença em corporate, câmbio e mercado de capitais — foi um dos pilares da decisão.

O BRB vê na operação uma oportunidade de acelerar sua estratégia de expansão nacional, aumentando sua capilaridade e a diversidade de produtos ofertados. A entrada em segmentos nos quais ainda não possuía presença significativa, como câmbio e banco digital, é uma das apostas para fortalecer sua competitividade no sistema financeiro.

A governança do novo arranjo prevê alternância na presidência e participação do BRB em todos os principais órgãos do banco incorporado.

A transação será submetida à aprovação do Banco Central e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), e parte do valor — estimado em até R$ 2 bilhões — será retido por até seis anos em escrow account, como garantia contra eventuais passivos.

Apesar da estrutura montada para garantir segurança jurídica e financeira, o negócio não escapou de críticas. Parte do mercado interpreta a movimentação como um possível “resgate” ao Master, instituição que enfrentou questionamentos públicos recentes. Paulo Henrique Costa rebate, afirmando que a aquisição se limita a ativos com valor estratégico e que não representa absorção de passivos indesejados.

“Não estamos comprando o passado do Master, e sim os ativos que têm sinergia com o futuro do BRB”, afirmou.

Segundo o presidente do BRB, a formação de um conglomerado público com maior presença e variedade de produtos pode estimular concorrência, ampliar o acesso ao crédito e gerar melhores condições ao consumidor final.

O que se coloca à mesa, portanto, é mais do que a compra de uma participação societária: trata-se de um reposicionamento estratégico de um banco público que, ao mirar a consolidação nacional, tenta ganhar fôlego sem perder o foco na sustentabilidade e na responsabilidade com recursos públicos.

Ter um braço privado vai nos permitir obter tecnologia e contratar recursos especializados, o que é muito difícil como banco público, afirmou Costa

Com uma rede de mais de mil pontos de atendimento físico, o BRB tem presença em 17 estados, além do DF e mais de 7,7 milhões de clientes.

Nova sede do Banco Master (Crédito: Divulgação)
Nova sede do Banco Master (Crédito: Divulgação)

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