Inovação e mercado imobiliário: O que o SXSW 2025 revelou

Todo ano, o mundo para uma semana e volta seus olhares para o que acontece no SXSW, um dos maiores eventos de tecnologia, criatividade e futuro do trabalho. Realizado anualmente, em Austin (Texas, Estados Unidos), o evento reúne os principais nomes e empresas do mercado para compartilhar inovações e como se preparar para o que o futuro nos reserva.

Assim como no ano passado, estive lá novamente para absorver as novidades que podemos trazer para o Brasil, especialmente em conexão com a construção civil. Com uma programação repleta de palestras, selecionei as ideias que mais se destacaram.

A epidemia da solidão

Entre os debates sobre inteligência artificial, computação quântica e urbanismo do futuro, um tema inesperado se destacou: a epidemia da solidão.

Com a evolução da tecnologia, estamos cada vez mais nos fechando no nosso próprio mundo. E, com isso, a falta de conexões reais está se tornando um problema. Foi o que a especialista em saúde social, Kasley Killam, trouxe logo na palestra de abertura.

Segundo ela, a solidão está se tornando uma crise global. Kasley levantou a questão: será que estamos terceirizando nossas relações para a tecnologia?

Em sintonia com essa provocação, outros profissionais de peso deram força para essa discussão. Amy Webb, no seu esperado relatório do Future Today Institute, apontou que estamos cedendo o controle das nossas vidas para a IA e as desvantagens desse movimento.

Já Scott Galloway, professor de marketing na NYU Stern School of Business, destacou como a polarização política e o cancelamento digital estão isolando as pessoas e substituindo o diálogo pelo afastamento. Ele também observou que a queda no consumo de álcool entre os jovens, apesar de benéfica para a saúde, pode estar contribuindo para a diminuição das interações sociais presenciais.

Na mesma direção, Peter Attia, renomado especialista em longevidade, reforçou a importância das conexões sociais para uma vida mais longa e saudável. Estudos apresentados por ele mostram que idosos com redes sociais ativas apresentam menos doenças e maior qualidade de vida.

Ou seja, a evolução não se baseia apenas no crescimento da IA e da automatização de tudo, mas muito na forma como podemos aliar a tecnologia à construção de conexões genuínas.

A tecnologia moldando o presente

Além de abordar sobre a solidão, o evento trouxe inovações disruptivas. Nesta edição, o foco esteve em um futuro tecnológico mais pragmático, como algo que já molda a realidade. Neste contexto, o debate sobre IA e empatia foi interessante, trazendo à tona questões como “Máquinas podem sentir?” e até que ponto devemos confiar nelas para decisões morais.

Olhando para o mercado imobiliário, as cidades inteligentes foram pauta. Para os participantes, sensores inteligentes, energia descentralizada e arquiteturas modulares darão origem a cidades fluidas, adaptáveis e altamente digitalizadas — o que promete transformar os centros urbanos em organismos vivos.

Ainda, foi empolgante ver painéis abordando tópicos que, até pouco tempo atrás, só víamos nos filmes de ficção científica. Por exemplo, o avanço das interfaces cérebro-máquina, que deixarão de ser apenas dispositivos auxiliares e se tornarão ferramentas para aprendizado instantâneo e expansão cognitiva. Juntamente, a ideia de que a impressão de alimentos em 3D pode resolver crises alimentares globais e garantir a sustentação de colônias espaciais foi nova para todos ali presentes.

A grande mensagem do SXSW 2025 é clara: o futuro sempre será fascinante, mas só chegaremos lá se estivermos atentos e firmes aos passos que damos no presente.

Agora, mais do que nunca, a diferença está em quem tem coragem para transformar possibilidades em realidade, conceitos em produtos e planos em resultados.

É hora de tirar as ideias do papel!

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