Para Bradesco BBI, Cogna (COGN3) é compra e deve ter salto de até 60% nas ações até o final do ano

O Bradesco BBI reiterou a visão positiva para Cogna (COGN3) nesta quinta-feira (27), com a expectativa de crescimento da receita e do Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) em até dois dígitos neste ano. 

O banco manteve a recomendação de compra e aumentou o preço-alvo de R$ 2,50 para R$ 3,10 — o que representa um potencial de valorização de até 60% em relação ao preço de fechamento da última quarta-feira (26). 

A educacional também é a preferida do banco no setor de educação. 

Para os analistas do banco, a perspectiva de crescimento respalda a execução do programa de recompra lançado em janeiro, de até 144 milhões de ações (7,7% do total). Em fevereiro, a empresa adquiriu 45 milhões de ações ao preço entre R$ 1,61 e R$ 1,73 cada. 

Em reação, as ações da Cogna operaram em forte alta nesta quinta-feira (27), com alta de 8,25% (R$ 2,10) na máxima intradia. COGN3 encerrou o pregão com avanço de 5,15%, a R$ 2,04, e figurou entre as maiores altas do Ibovespa (IBOV). 

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O que ‘brilha’ aos olhos do Bradesco BBI?

Na expectativa pelo Cogna Day, que acontece na próxima quarta-feira (2), e a divulgação do guidance da companhia para 2025, os analistas do Bradesco BBI se reuniram com o presidente (CEO) e o diretor financeiro (CFO) da Cogna na semana passada. 

Em relatório, Marcio Osako e Valeria Parini destacaram que a Cogna deve ter números positivos tanto no ensino presencial quanto à distância no primeiro semestre deste ano. 

“O segmento presencial (OC) está vendo até agora um crescimento de novos alunos na base anual mais forte do que o segmento de ensino a distância (DL), o que é positivo à luz do forte crescimento no segmento híbrido (o online completo está estável a ligeiramente negativo)”, escreveram. 

Eles também veem como positivo o investimento da companhia na educação “remedial” nos estados e municípios, mesmo que ainda incipiente — principalmente após a forte melhoria do estado do Pará no Saeb (teste de avaliação de alunos do ensino fundamental e médio). 

O estado nortista classificou-se em 6º em 2023 no ensino médio (acima do 26º em 2021) após adotar os serviços prestados pela Cogna. 

O banco, porém, destaca a atuação no Paraná, que tem parceria com a educacional há dois anos e ocupa o primeiro lugar do Saeb. “A Cogna também está em conversas com outros grandes departamentos públicos de educação sobre serviços”, afirmam os analistas. 

Em 2024, a receita líquida relacionada à educação remedial para o setor público totalizou cerca de R$ 305 milhões (R$ 105 milhões contabilizados na Vasta e R$ 200 milhões na Saber), crescendo aproximadamente 70% na base anual. 

“Além da visibilidade, a melhoria no Saeb aumenta as transferências do governo federal para investir em educação (FUNDEB)”, diz o relatório. 

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O que esperar de Cogna

Na revisão dos números, o Bradesco BBI elevou a estimativa de lucro líquido para 2025 em 36% para R$ 454 milhões, acima do consenso, e com base principalmente em um Ebitda mais alto, para R$ 2,242 milhões.

“Observamos que as mudanças no Ebitda de graduação e no resultado financeiro têm um impacto maior no resultado final e na geração de caixa, dada a isenção de imposto de renda do Prouni”, escreveram os analistas. 

Ainda nas contas do banco, o Fluxo de Caixa livre ao Acionista (FCFE) deve crescer em 2025 acima dos R$ 395 milhões projetados em 2024, o que geraria um rendimento de 11% neste ano. 

Para 2026, o rendimento (yield) do FCFE deve ser de 14%. 

Os analistas ainda consideram que “a próxima mudança na regulamentação é um risco potencial, mas pode ser um gatilho, se não disruptivo, que é nossa visão”, afirmam. Para eles, a Cogna “está preparada”. 

Entre as principais mudanças estão um aumento nos custos de pessoal para cursos de ensino à distância relacionados à saúde, engenharia e ensino e pedagogia, e laboratórios físicos para cursos de saúde e engenharia.  

“A empresa não vê grandes impactos nas operações e margens, com custos mais altos sendo repassados às mensalidades.  Sua infraestrutura de laboratório também é adequada”, diz o relatório.

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