IPCA-15 desacelera, dólar sobe e balanços impactam a bolsa

Ibovespa sobe com negociações de paz e tensões comerciais

Nesta quinta-feira (27), o mercado financeiro brasileiro foi impactado por dados de inflação, movimentação no câmbio, balanços corporativos e notícias do cenário político-econômico. O destaque vai para a divulgação do IPCA-15, desempenho do dólar e as reações às divulgações de resultados de empresas como Americanas, Oi e CVC.

Inflação desacelera e anima o mercado

O IPCA-15 de março, uma prévia da inflação oficial, subiu 0,64%, bem abaixo da alta de 1,23% em fevereiro. No acumulado de 12 meses, a inflação ficou em 5,26%, sinalizando uma desaceleração, apesar de ainda acima da meta do Banco Central.

Esse alívio na inflação já influenciou a curva de juros futuros, que recuou no início do pregão, e ajudou a sustentar o desempenho do Ibovespa nesta manhã.

Dólar opera em alta com cenário externo no radar

O dólar avançou 0,39%, sendo cotado a R$ 5,75 por volta das 10h, refletindo tanto os dados de inflação doméstica quanto a pressão vinda de fora, após os Estados Unidos anunciarem novas tarifas sobre produtos importados.

Ibovespa em leve alta com apoio de Vale e Petrobras

O Ibovespa subia cerca de 0,30%, aos 132.911 pontos, impulsionado pela queda nos juros futuros e pelo desempenho positivo das ações da Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4). O mercado repercute com otimismo o IPCA-15 abaixo das expectativas.

Balanços: Americanas, Oi e CVC no foco dos investidores

Entre os resultados corporativos mais esperados do dia, o mercado acompanhou com atenção os números de três empresas que já foram estrelas da Bolsa, mas vivem momentos bem diferentes:

Americanas (AMER3) ainda longe da recuperação

A varejista registrou prejuízo de R$ 586 milhões no quarto trimestre de 2024, revertendo um lucro de R$ 2,56 bilhões no mesmo período do ano anterior.

“A Americanas ainda tem um caminho muito longo pela frente. Apesar da conversão de dívidas ter reduzido boa parte daquele endividamento bilionário, o prejuízo recente reflete uma base artificial de lucro, que não veio da operação, mas de uma reversão contábil. Juros altos e concorrência forte dificultam qualquer recuperação no curto prazo”, explicou Ângelo Belitardo, gestor da Hike Capital.

Oi (OIBR3) decepciona mais uma vez

A operadora de telecomunicações reportou prejuízo de quase R$ 3 bilhões, número seis vezes maior que o do mesmo trimestre de 2023.

“Mesmo com redução da dívida, a geração de caixa continua negativa. A Oi segue enfrentando forte concorrência, queda na base de clientes e dificuldade de manter receitas. Ainda vejo um cenário bastante pessimista, com necessidade de novos follow-ons em um mercado sem liquidez”, avaliou Belitardo.

CVC (CVCB3) surpreende com lucro e mostra recuperação

A operadora de turismo teve lucro líquido de R$ 8,5 milhões, revertendo o prejuízo do mesmo período do ano anterior.

“A CVC está na contramão da Americanas e da Oi. Mostra sinais claros de recuperação, com ganho de market share e expansão no segmento B2B. Ainda há riscos, especialmente com juros e câmbio, mas é uma empresa resiliente que vem entregando resultado”, destacou o gestor da Hike Capital.

Eletrobras e Petrobras também movimentam o noticiário

A Eletrobras (ELET3) firmou um acordo com a União para encerrar disputas relacionadas à sua privatização. A notícia é bem-vista pelo mercado por representar um avanço na governança da companhia.

Já a Petrobras (PETR4) assinou um contrato emergencial com a Azul (AZUL4) para manter operações na região Amazônica após a suspensão da Voepass, sinalizando agilidade da estatal diante da crise aérea local.

Perspectiva otimista para novos investidores

Segundo pesquisa da ANBIMA, o Brasil pode ganhar até 18 milhões de novos investidores em 2025. O dado mostra o crescimento do interesse por aplicações financeiras, especialmente entre quem busca segurança e independência financeira.

Destaques positivos do dia, segundo especialista

Na reta final do Flash News da BMC, Ângelo Belitardo também comentou o desempenho de outras companhias que surpreenderam positivamente nos últimos dias, como Anima (ANIM3) e Movida (MOVI3).

“A Anima apresentou um fluxo de caixa livre ao acionista de quase R$ 800 milhões, o que é incrível para uma empresa que estava avaliada nesse mesmo valor em Bolsa. A redução da alavancagem e o envolvimento de grandes fundos como Organon reforçam o potencial de valorização”, disse Belitardo.

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