Dólar fecha em alta a R$ 5,73 com conta corrente e novas tarifas de Trump

O dólar à vista (USDBRL) ganhou fôlego com o exterior, em destaque com as políticas tarifárias dos Estados Unidos.

Nesta quarta-feira (26), a divisa norte-americana encerrou as negociações a R$ 5,7328, com alta de 0,41%. 

O movimento acompanhou a tendência vista no exterior. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais como euro e libra, subia 0,39%, aos 104.575 pontos.

O que mexeu com o dólar hoje?

No cenário doméstico, novos dados da conta corrente de fevereiro foram o destaque, com um déficit em transações correntes e investimento estrangeiro direto melhores do que o esperado.

No mês, o país teve saldo negativo em transações correntes de US$ 8,758 bilhões, de rombo de US$ 3,903 bilhões no mesmo período do ano anterior, com o déficit acumulado em 12 meses totalizando o equivalente a 3,28% do Produto Interno Bruto (PIB).

O resultado veio melhor do que a expectativa do mercado: os analistas consultados pela Reuters projetavam um saldo negativo de US$ 9,104 bilhões em fevereiro.

Na avaliação do Itaú BBA, o déficit em conta corrente piorou na margem em fevereiro, reflexo de um saldo negativo da balança comercial, algo que não ocorria desde janeiro de 2022.

“À frente, projetamos déficits em conta corrente mais moderados, alinhados a uma esperada recuperação da balança comercial, com safra recorde e expectativa de desaceleração na atividade doméstica”, afirma Júlia Marasca, economista do banco.

Os investidores também operaram em compasso de espera pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15). De acordo com as projeções coletadas pelo Money Times, a prévia da inflação brasileira deve desacelerar de 1,23% em fevereiro para 0,66% em março.

No acumulado de 12 meses, o IPCA-15 deve subir de 4,96% para 5,30% este mês.

Exterior

No exterior, as tarifas de importação dos Estados Unidos continuaram nos holofotes. O presidente  Donald Trump anunciou taxas para o setor automotivo, segundo informações da Casa Branca.

No início da semana, Trump já havia afirmado que as tarifas sobre carros importados seriam anunciadas em breve, mesmo antes de uma série de tarifas recíprocas a diversos  países que têm relações comerciais com os EUA — que devem entrar em vigor em 2 de abril.

As declarações de autoridades do Federal Reserve (Fed) também dividiram as atenções. O presidente da unidade do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, disse que não tem certeza sobre o efeito das tarifas de Trump sobre a economia, com a possibilidade de que elas possam elevar os preços ou desacelerar o crescimento econômico.

Já o presidente da unidade do Fed de St. Louis, Alberto Musalem, afirmou que as tarifas de importação podem desencadear inflação mais persistente no país.  “Eu seria cauteloso ao supor que o impacto dos aumentos de tarifas sobre a inflação será totalmente temporário”, disse.

“Se a economia continuar forte e a inflação permanecer acima de nossa meta, acredito que a política monetária atual, modestamente restritiva, permanecerá apropriada até que haja confiança de que a inflação esteja convergindo para 2%”, acrescentou Musalem.

*Com informações de Reuters

Adicionar aos favoritos o Link permanente.