Pegada de dinossauro quase intacta é encontrada no sul do Brasil

Pegada estava quase intacta quando foi encontradaDivulgação/UFRGS

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul que estudam quatro grupos de dinossauros encontraram novas pegadas de alguns desses animais, no sul do Brasil. 

Segundo informou a URFGS, elas mostram ”com detalhes a presença de um dinossauro carnívoro do Período Jurássico. Trata-se de uma das pegadas mais significativas para o país”.

A descoberta aconteceu durante visitas técnicas na cidade de Rosário do Sul (RS), no sudoeste do estado.

Achado chama a atenção pelo estado de conservaçãoDivulgação/UFRGS

Local de grandes achados sobre os dinossauros

O local do achado pode ter sido um deserto úmido do Jurássico Superior na América do Sul, apontam os estudos. 

As pegadas, ou traços, como são chamados tecnicamente, ficam preservadas em rochas e sedimentos.

De todas as encontradas, uma se destaca. Nela é possível visualizar com perfeição o relevo da pegada do dinossauro, com três dedos, e a marca da garra. Indicativos de um dinossauro carnívoro, de acordo com as pesquisas. Há poucos registros como esse no Brasil, afirma a universidade.

O artigo que fala das pesquisas na região chamada de ”Formação Guará” foi publicado na revista Journal of South American Earth Sciences, como parte da pesquisa de doutorado de Denner Deiques Cardoso.

Em entrevista ao iG, Denner disse que a descoberta ocorreu muito devido às condições do local.

‘’As rochas sofrem com erosão muito rapidamente, e os afloramentos nas rochas acontecem muito perto das estradas, e isso faz com que elas se percam por causa do movimento e também pelo pisoteio de animais. Essa pegada foi encontrada perto de um riacho, protegida’’, explicou.

No local da descoberta foram encontrados em outras ocasiões fósseis com traços de vertebrados e invertebrados, com destaque para as pegadas de dinossauros dos grupos terópodes, saurópodes, ornitópodes e anquilossauros. 

Pegada encontrada remete aos dinossauros do Período JurássicoDivulgação/UFRGS

Os dinossauros e a forma como o planeta evoluiu

A maioria das pegadas são undertracks, ou subpegadas. Elas não são as originais, por não estarem na superfície, mas guardam os mesmos desenhos, uma espécie de continuação da primeira marca da pisada do animal. 

‘’Quando o animal pisa, ele deforma as camadas. Quando esse sedimento se torna rocha, todas as camadas viram rocha. Quando as camadas superiores, ou seja, a pegada original, são erodidas, as inferiores são expostas’’, detalhou Denner.

Como as descobertas ajuda a explicar o planeta

Os fósseis ajudam os cientistas na compreensão de como a vida evoluiu no planeta Terra e como os dinossauros se comportaram.

Os períodos Triássico, Jurássico e Cretáceo, que formam a Era Mesozoica, duraram entre 251 milhões de anos e 65,5 milhões de anos.

As figuras mais conhecidas são os dinossauros, do Triássico.

No período Jurássico, famoso nas obras de ficção, as espécies e a população de dinossauros se multiplicaram. E no Cretáceo, esses animais foram extintos pelo impacto de um asteroide.

O acervo pode ser visitado de segunda a sexta-feira,de 9h às 12h e 14h às 18h, no Museu de Paleontologia da UFRGS, no Campus do Vale.

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