BNDES aprova R$ 216,6 milhões para construção de armazéns; ‘Política de estocagem foi deixada de lado no último governo’, diz Fávaro

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamentos a projetos de armazenagem para o agronegócio nos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, que totalizam R$ 216,6 milhões.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, defendeu a importância do investimento para a próxima colheita e criticou o governo anterior. “Estamos com uma safra recorde a caminho e a política de estocagem foi deixada de lado no último governo”, afirmou.

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Os recursos para o projeto são provenientes do Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), do Plano Safra 2024/25, e do Finem.

Serão destinados R$ 83,8 milhões para a Cooperativa Agroindustrial Consolata (Copacol), R$ 52,84 milhões para a Coamo Agroindustrial Cooperativa, R$ 40 milhões para a Energética Santa Helena e R$ 40 milhões para a Vale do Paracatu.

“O presidente Lula retomou o papel essencial da Conab e esses investimentos são importantíssimos para aumentar a capacidade de estocagem de grãos e trazem diversos benefícios para o agronegócio e para os produtores rurais, como um maior prazo de comercialização e proteção à produção”, disse Fávaro.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirmou que os projetos atendem ao objetivo do governo de fortalecer o agronegócio brasileiro, modernizando, reformando e construindo novos armazéns, além de ampliar a capacidade de armazenamento e gestão de estoques para enfrentar sazonalidades.

Ampliação da capacidade de armazenagem

Em nota, o Ministério da Agricultura e Pecuária detalhou os projetos de cada empresa beneficiada. Com a Coamo, o projeto é focado na ampliação da estrutura de armazenagem da soja e milho em Barbosa Ferraz, Brasilândia do Sul e Engenheiro Beltrão, no Centro-Oeste do Paraná.

Além de expandir a capacidade de armazenamento, o projeto melhora o fluxo de recebimento e armazenagem da produção, aumentando a confiabilidade dos processos e a conservação dos grãos com qualidade inalterada, enquanto o produtor cooperado aguarda melhores condições de comercialização.

No total, a capacidade de armazenamento das três unidades deverá ser ampliada das atuais cerca de 123,6 mil toneladas de grãos para aproximadamente 183,6 mil.

Em relação à Santa Helena, o crédito concedido representa 90,6% dos recursos a serem investidos em Nova Andradina, no Leste de Mato Grosso do Sul, onde serão construídos um armazém com capacidade para até 50 mil toneladas de açúcar e uma fábrica capaz de produzir até 850 toneladas de açúcar por dia junto à usina de etanol.

Com os investimentos, a companhia, cuja principal linha de receita vem da venda de etanol (anidro e hidratado), terá flexibilidade para alternar entre a produção de açúcar e álcool etílico, maximizando a geração de receita e mitigando os riscos do negócio.

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Para a Copacol, o financiamento aprovado pelo Banco representa 91,4% do investimento que a cooperativa fará em três unidades no Oeste do Paraná. A finalidade é ampliar a capacidade de armazenamento de grãos da unidade Melissa, em Cascavel.

Em Jesuítas, a capacidade de armazenamento da Fábrica de Rações passará de 163.000 toneladas para 209.000 toneladas e serão construídos quatro silos metálicos, com capacidade de armazenagem de 11.500 toneladas cada, perfazendo um total de 46.000 toneladas a serem acrescidas.

Já na Unidade de Recebimento e Armazenamento de Grãos, também em Jesuítas, a capacidade de armazenagem de grãos passará das atuais 45.000 toneladas para 68.000 toneladas, e serão construídos dois silos metálicos, com capacidade de armazenagem de 11.500 toneladas cada, perfazendo um total de 23.000 toneladas.

Em Paracatu, no Noroeste de Minas, o BNDES apoiará a Vale do Paracatu Bioenergia, na construção de armazém com capacidade para estocar até 60 mil toneladas de açúcar.

A medida também financiará a construção de uma fábrica de açúcar, com R$ 5,1 milhões, para a produção de 155 mil toneladas do produto por ano. O financiamento do Banco representa 25,7% do total do investimento da empresa no projeto.

O Programa para Construção e Ampliação de Armazéns é um dos programas agropecuários do Governo Federal (PAGFs), que contam com juros equalizados pelo Tesouro Nacional, operados pelo BNDES.

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