Dólar avança a R$ 5,75 com incertezas sobre tarifas de Trump e à espera da ata do Copom

O dólar à vista (USDBRL) continuou no ritmo de altas iniciado na véspera em dia de ajustes e continuidade das incertezas geopolíticas.

Nesta segunda-feira (24), a divisa norte-americana encerrou as negociações a R$ 5,7524, com alta de 0,61%. 

O movimento acompanhou a tendência vista no exterior. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais como euro e libra, subia 0,21%, aos 104.302 pontos.

O que mexeu com o dólar hoje?

No cenário doméstico, as falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, geraram mal-estar no mercado nas primeiras horas do dia. Em evento, ele disse que “do ponto de vista da arquitetura, o arcabouço funciona; as metas você pode mudar”.

“Quando você estiver numa situação de estabilidade da dívida (em relação ao) PIB, você tiver uma Selic mais comportada e uma inflação mais comportada, você vai poder mudar os parâmetros do arcabouço. Mas, na minha opinião, não deveríamos mudar a arquitetura”, afirmou.

Depois do fim do evento — e a reação negativa do mercado —, o chefe da pasta econômica afirmou que a expressão teve o entendimento “distorcido”.

“[Eu] disse que gosto da arquitetura do arcabouço fiscal. Que estou confortável com os seus atuais parâmetros. E que defendo reforçá-los com medidas como as do ano passado. Para o futuro, disse que os parâmetros podem até mudar, se as circunstâncias mudarem, mas defendo o cumprimento das metas que foram estabelecidas pelo atual governo”, afirmou o ministro em publicação no X, antigo Twitter.

O mercado também operou em compasso de espera pela ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que deve trazer mais detalhes sobre a decisão de política monetária.

Na semana passada, o Copom elevou a Selic para 14,25% ao ano — cumprindo o guidance dado em dezembro. No comunicado, o colegiado do Banco Central sinalizou uma nova alta na taxa básica de juros na próxima reunião, em maio.

Hoje (24), os economista consultados pelo Banco Central reduziram as projeções para a inflação e o crescimento da economia brasileira neste ano, segundo o Relatório Focus — o primeiro depois da decisão do Copom. A projeção da Selic em 15% em 2025 foi mantida pela 11ª semana consecutiva.

Exterior

No exterior, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a falar sobre as tarifas de importação, inclusive as recíprocas. O chefe da Casa Branca disse que qualquer país que compre petróleo ou gás da Venezuela pagará uma tarifa de 25% sobre negociações feitas com os EUA.

Além disso, ele disse que anunciará taxas sobre automóveis, alumínio e produtos farmacêuticos em breve.

Trump também disse que espera que o Federal Reserve (Fed) reduza as taxas de juros. O Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed manteve as taxas inalteradas, no intervalo de 4,25% a 4,50% ao ano, na última semana. O BC norte-americano também manteve a estimativa de dois cortes, de 25 pontos-base, nos juros em 2025.

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