Anistia aos presos do 8 de Janeiro: conheça a opinião da bancada amazonense

Plenário da Câmara Federal

A anistia aos presos do 8 de Janeiro, defendida principalmente por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, tem ganhado força no Congresso.

O Placar da Anistia do Estadão aponta que 176 deputados são favoráveis ao projeto, enquanto 116 se opõem, e 95 não se manifestaram até o momento. Com esse apoio, o projeto tem chances de avançar na Câmara, com a urgência já sendo discutida.

O projeto de lei 2.858/2022, de autoria do deputado Major Vitor Hugo (PL-GO), propõe a anistia para os envolvidos nos atos de 8 de Janeiro, incluindo o ex-presidente Bolsonaro.

O texto argumenta que os eventos foram mais atos de vandalismo do que uma tentativa de golpe. No entanto, dentro da base pró-anistia, existem divergências, com alguns defendendo apenas um perdão parcial, excluindo figuras mais envolvidas.

Bancada amazonense

Entre os deputados que representam o Amazonas, há quem tenha se posicionado claramente e outros que preferiram não responder.

Amom Mandel (Cidadania) e Capitão Alberto Neto (PL) votam “sim” pela anistia, enquanto Sidney Leite (PSD) se posiciona contra, com um voto “não”. Adail Filho (Republicanos) e Atila Lins (PSD) não responderam, e Pauderney Avelino (União Brasil) e Silas Câmara (Republicanos) optam pelo “sim”. A falta de uma postura uniforme reflete o caráter polêmico da proposta, que divide as opiniões na Câmara.

Posicionamento dos partidos sobre a anistia

O levantamento também mostra que, apesar de alguns partidos como PL e PT terem posições claras, o Centrão adota uma postura cautelosa.

O União Brasil, por exemplo, apresenta um número significativo de apoiadores, mas ainda não há consenso definitivo dentro do partido. Pedro Lucas Fernandes, líder do União Brasil, afirma que o tema ainda não foi debatido profundamente dentro da bancada.

Por outro lado, muitos petistas e deputados da oposição são contra a anistia, considerando-a uma forma de impunidade que enfraquece a democracia.

Carlos Veras (PT-PE), por exemplo, argumenta que a anistia seria um incentivo para novos ataques à democracia, e que todos os envolvidos devem ser responsabilizados pelos seus atos.

A proposta tem gerado divisões também dentro de alguns partidos, como o PL, onde sete deputados optaram por não se posicionar, e o Republicanos, onde um casal de deputados possui posições divergentes sobre o tema.

Esse cenário revela que, embora a anistia tenha ganhado apoio significativo, ela ainda enfrenta resistência de um número considerável de parlamentares, especialmente entre os opositores do governo Bolsonaro.

O futuro da proposta depende do desenvolvimento das negociações no Congresso e do posicionamento dos deputados que ainda não se manifestaram.

Saiba como foi feito o levantamento

O Estadão entrou em contato com todos os 513 deputados por diversos meios, como telefone e e-mail.

A pesquisa apurou as posições de 388 parlamentares (76% da Casa). Os deputados responderam a três questões sobre a anistia, incluindo se ela deveria abranger também Bolsonaro e outros 33 denunciados no STF.

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