Há cinco anos, Laguna registrava primeiro caso de Covid-19

Há exatos cinco anos, em uma segunda-feira como este domingo, dia 23 de março, a pandemia do novo coronavírus chegava à cidade de Laguna com a confirmação do primeiro caso de contaminação pelo vírus, que chegou a ter 5 mil casos confirmados em 2022 e até o momento, teve apenas 29 em 2025.

O primeiro caso foi de uma moradora do Magalhães. Dona Isabel Cristina Inácio estava entre as convidadas para a confraternização apontada como marco inicial da contaminação na Amurel. A lagunense ficou na mesma mesa em que estavam duas mulheres, que apresentaram sintomas e testaram positivo dias depois da festa. Três dias depois daquele que era para ser mais um momento de alegria e diversão, os primeiros sinais da contaminação começaram a surgir.

“Muito pouco se sabia sobre a doença, sobre sua letalidade, capacidade de transmissão e cura. Sofri muito preconceito, porque a desinformação fez com que as pessoas disseminassem histórias inverídicas, que atacaram, inclusive meus familiares”, recordou Isabel, em entrevista publicada em 2021, quando do primeiro ano da pandemia e ainda sob os efeitos das medidas de restrição social.

Na mesma entrevista, ela revelou que encontrou na família o pilar de sustentação necessário para que atravessasse essa experiência. “O tempo foi o grande remédio, e o grande fator de elucidação da doença, hoje sabemos que o que passei foi apenas um prelúdio do que viria, o medo que a população sentia naquele momento da minha contaminação foi passando e com isso o vírus foi disseminando, ficando mais forte, e atingiu muitos amigos aqui de Laguna, levando a óbito, inclusive”, analisou.

Em 2021, com o início da vacinação em Laguna, inicialmente por profissionais de saúde e pessoas mais idosas, a cidade começou a experimentar a volta à normalidade, conquistada em 2022. O vírus ainda persiste na sociedade, mas em menor intensidade como o que foi verificado nos meses mais tenebrosos de 2020, quando chegou a ser adotado até protocolo de prioridade entre pacientes internados.

Quase 200 morreram em decorrência do vírus

Quase 200 moradores de Laguna morreram em decorrência das complicações provocadas pelo novo coronavírus.

A terra de Anita Garibaldi perdeu nomes de sua cultura, como Glorinha Pegorara e Jairo Baião. Do empresariado, como Jucíria (Jô) May. Do esporte, como Admar Cardoso, o Zico, técnico que profissionalizou o amador. Da política, como Luiz Felipe Remor.

Ou nomes nem tão conhecidos do grande público, mas que tinham papéis importantes na sociedade, como a servidora pública Ilze Maria, o alegre Jorge Lima, a simpática dona Nair. E pôs fim a histórias tão românticas, como a do seo Tinho e a dona Norma, casados por mais de meio século e que sempre reuniam a família em torno de si para celebrar a felicidade em viver.

Foram dezenas de despedidas sem abraço, depressa e de um jeito tão abrupto quanto à avassaladora onda de contaminação que se viu em Santa Catarina nos dois primeiros anos da pandemia.

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