Poluição do ar em casa pode ser nove vezes pior que na rua; saiba como evitar

Um levantamento feito pela associação Santé Respiratoire France, a pedido da empresa francesa Murprotec, revelou que a poluição do ar em ambientes fechados pode ser até nove vezes maior do que a atmosférica. Apesar dos riscos, esse problema segue sendo subestimado por grande parte da população francesa.

No Brasil, a má qualidade do ar doméstico agrava doenças respiratórias e cardiovasculares, exigindo medidas de prevenção.

De acordo com um levantamento da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), a poluição do ar interno contribui para cerca de 30% dos casos de doenças respiratórias no país, incluindo asma, bronquite e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).

Além disso, dados do Ministério da Saúde indicam que a exposição prolongada a poluentes domésticos está relacionada a um aumento de 15% no risco de doenças cardiovasculares, como hipertensão e infarto.

Outro estudo, do Instituto Saúde e Sustentabilidade, mostra que aproximadamente 20% das internações por problemas respiratórios no Brasil têm ligação com a poluição do ar em ambientes fechados.

A incidência de asma tem crescido, especialmente em cidades com altos níveis de umidade e pouca ventilação, como Manaus e Belém.

Em regiões metropolitanas, a combinação de poluentes internos e externos cria um ambiente ainda mais prejudicial.

Fontes de poluição interna e impactos na saúde

A poluição do ar em ambientes fechados é causada por diferentes fatores, incluindo:

• Uso de fogões a gás e lenha: Geração de monóxido de carbono e partículas finas que podem desencadear problemas respiratórios.
• Produtos de limpeza e aerossóis: Emissão de compostos orgânicos voláteis (COVs), que podem causar irritação nos olhos, alergias e problemas pulmonares.
• Mofo e umidade: Proliferação de fungos e ácaros que aumentam casos de rinite, asma e outras doenças respiratórias.
• Móveis e tintas: Liberação de formaldeído, substância associada a problemas respiratórios e até câncer.
• Fumaça de cigarro e incensos: Produção de partículas ultrafinas prejudiciais à saúde pulmonar e cardiovascular.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 3,2 milhões de mortes anuais no mundo estão ligadas à poluição do ar doméstico, especialmente em países emergentes como o Brasil.

Como reduzir a poluição do ar em casa?

Para minimizar os impactos da poluição doméstica, especialistas recomendam:

• Ventilação constante: Manter janelas abertas sempre que possível para renovação do ar.
• Uso de purificadores de ar: Equipamentos com filtros HEPA ajudam a reduzir partículas nocivas.
• Evitar produtos químicos agressivos: Optar por produtos de limpeza naturais ou com baixa emissão de COVs.
• Redução de carpetes e cortinas: Superfícies que acumulam poeira e ácaros devem ser limpas regularmente.
• Uso de plantas purificadoras: Espécies como jiboia, espada-de-são-jorge e lírio-da-paz ajudam a melhorar a qualidade do ar.
• Manutenção de aparelhos: Limpeza periódica de ar-condicionado e ventiladores evita a circulação de poluentes.

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