Investe em criptoativos? Entenda como devem ser declarados no Imposto de Renda 2025

O Imposto de Renda 2025 já está em vigor desde o dia 17 de março, e com ele, diversas novidades foram implementadas, incluindo uma mudança significativa para os investidores de criptoativos.

Agora, a Receita Federal exige que os criptoativos sejam informados na Ficha de Bens e Direitos, em vez de serem declarados na Ficha de Rendimentos como era esperado.

Essa novidade traz consigo um novo conjunto de regras e pode gerar certa confusão para aqueles que realizam muitas transações de moedas digitais.

Declaração separada de criptoativos: como funciona?

De acordo com a Lei 14.754/23, sancionada em 2023, os investidores de criptoativos precisam agora consolidar os ganhos e perdas do ano, declarando o resultado final das transações, em vez de declarar cada operação individualmente.

Isso significa que lucros e prejuízos obtidos ao longo do ano devem ser apurados de forma consolidada e informados separadamente, o que pode ser mais desafiador para quem realiza múltiplas transações com criptomoedas.

A Instrução Normativa 2180/24, emitida pela Receita Federal, detalha essa mudança e exige que as informações sobre criptoativos sejam organizadas por tipo de ativo na ficha de bens e direitos.

Desafios para os investidores de criptoativos

De acordo com o advogado tributário Thiago Barbosa Wanderley, sócio do Salles Nogueira Advogados, a alteração no programa de declaração de Imposto de Renda pode trazer dificuldades para os investidores.

Isso ocorre porque a ficha de bens e direitos separa os tipos de criptoativos, o que exige maior controle das transações realizadas ao longo do ano, principalmente para quem realiza operações internacionais.

Para esses investidores, será necessário organizar as informações de forma detalhada, o que pode representar um grande desafio, considerando o volume de transações realizadas em plataformas de câmbio e outras corretoras.

Outras mudanças

Além das novas regras para criptoativos, o Imposto de Renda 2025 traz outras atualizações importantes. O limite de isenção para rendimentos tributáveis foi ampliado para R$ 33.888,00, o que beneficia um maior número de contribuintes.

Também foram incluídos novos campos para a declaração de bens e investimentos no exterior, facilitando o preenchimento para quem tem ativos fora do Brasil.

A declaração pré-preenchida foi expandida para incluir dados sobre criptoativos e transações imobiliárias, tornando o preenchimento mais fácil para os contribuintes que já utilizam o sistema.

Essa funcionalidade estará totalmente disponível a partir de 1º de abril.

Outro ponto relevante são as novas regras para o parcelamento do imposto: agora, é possível dividir o valor devido em até 8 parcelas.

A Receita também determinou que o prazo até 9 de maio para ativar o débito automático da primeira parcela. Após essa data, o débito automático só será válido para a segunda parcela.

Restituição e benefícios para quem usa a declaração pré-preenchida

No que diz respeito à restituição, a Receita Federal manteve a prioridade de restituição para os contribuintes que utilizarem a declaração pré-preenchida e escolherem o Pix como forma de recebimento.

Para quem optar por autorização de um contador ou outro representante, o processo de envio da declaração também será facilitado.

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