Por que o Brasil escolheu a Suécia para fabricar notas de R$2, em vez de usar a Casa da Moeda?

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O Brasil se viu diante de uma crise inesperada na produção de cédulas de papel-moeda, que levou o Banco Central (BC), a adotar uma solução emergencial: a fabricação de 100 milhões de cédulas de R$ 2 na Suécia.

A produção das cédulas de R$ 2 no país escandinavo, em 2016, foi uma medida emergencial adotada pelo Banco Central para garantir a continuidade da circulação de moeda no Brasil durante uma crise interna por problemas técnicos e escândalos de corrupção, comprometendo a capacidade de produção das notas.

A fabricação de cédulas fora do Brasil não é algo novo, visto que até 1960, todas as cédulas brasileiras eram produzidas no exterior, com empresas como a Thomas De La Rue, do Reino Unido.

Em 1994, durante a transição do Cruzeiro Real para o Real, o Brasil também importou cédulas.

O episódio com a Suécia reacendeu o debate sobre a dependência de fornecedores externos para a produção de moeda, levantando questões sobre a privatização da Casa da Moeda.

Entenda o contexto que motivou a medida

No ano de 2016, a Casa da Moeda passou por sérias dificuldades, incluindo quebras de equipamentos e investigações de corrupção, o que impactou diretamente a produção das cédulas brasileiras.

Para resolver a escassez de papel-moeda, o Banco Central autorizou a importação de notas de R$ 2 sem licitação, por meio de uma Medida Provisória, com a empresa sueca Crane AB sendo contratada para produzir as cédulas.

A empresa sueca fabricou as cédulas de R$ 2 a um custo de R$ 20,2 milhões, sendo 17% mais barato do que a produção interna, e as notas começaram a circular em janeiro de 2017.

O Brasil recebeu as cédulas com um custo de R$ 202,05 por milheiro.

Identificação das cédulas suecas

As cédulas de R$ 2 fabricadas na Suécia podem ser facilmente identificadas por alguns detalhes, pois o número de série começa com “DZ” (exemplo: DZ100020001), indicando a origem da nota.

Além disso, ao contrário da marca habitual da Casa da Moeda do Brasil, está gravado “Crane AB” no canto inferior direito do verso da nota.

Embora a qualidade das cédulas seja em grande parte similar à produção nacional, colecionadores podem notar leves diferenças na textura e na definição gráfica do papel e da impressão.

Impacto e Contexto Histórico

Preço para Colecionadores Em 2017, as cédulas suecas de R$ 2 foram negociadas por até R$ 4,99 entre colecionadores.

No entanto, como elas representam apenas 1 em cada 10 cédulas em circulação no Brasil, não são raras, o que limita o seu valor colecionável.

Caso as notas suecas sejam substituídas por novas emissões de cédulas, o valor de mercado dessas notas pode aumentar ao longo do tempo.

Atualidade (2025)

Embora as cédulas de R$ 2 fabricadas na Suécia ainda estejam em circulação, não houve novas emissões desde 2017.

A autorização para importação de cédulas em situações emergenciais segue em vigor, mas não há registros de novos contratos desde aquela época.

No cenário atual, a Casa da Moeda continua sendo a principal fornecedora de cédulas no Brasil.

Apesar de sua alta disponibilidade, as cédulas suecas ainda geram interesse entre colecionadores e permanecem um marco na história da fabricação de papel-moeda no país.

Esse episódio ilustra a tradição do Brasil em recorrer à produção externa de moeda em momentos excepcionais, questionando, ao mesmo tempo, a sustentabilidade da Casa da Moeda em atender à demanda interna.

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