Inflação no radar global e orçamento polêmico no Brasil: o que moveu o mercado

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As decisões de juros no Brasil e nos EUA marcaram o ritmo do mercado nesta semana. Apesar de não surpreenderem nos ajustes monetários, os discursos que acompanharam as reuniões dos bancos centrais nos Estados Unidos e na Europa trouxeram nuances que mexeram com as expectativas do mercado e impactaram os ativos de risco.

EUA: inflação segue no radar

Nos Estados Unidos, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, adotou um tom um pouco mais otimista em sua fala, mas sem deixar de sinalizar que a inflação segue no radar. A possibilidade de que o Fed precise, eventualmente, reconsiderar um aperto monetário em 2025, somada a medidas protecionistas do governo Trump, mantém o investidor em alerta. A consequência foi um movimento contínuo de correção nas bolsas americanas, com quedas moderadas nos últimos dias.

Europa também segue de olho na inflação

Na Europa, o discurso da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, também reforçou a preocupação com a inflação. O índice DAX, da Alemanha, que vinha renovando topos históricos, sofreu uma realização. Segundo Marco Prado, operador de mercado, a sinalização do BCE foi suficiente para interromper a trajetória de alta no continente.

Brasil entre os favoritos

Por outro lado, o cenário beneficiou as economias emergentes, que viram uma entrada de capital acima do esperado. O Brasil esteve entre os países favorecidos. Além da atratividade dos juros reais, o comunicado mais hawkish do Comitê de Política Monetária (Copom), indicando uma possível alta de 0,5 ponto percentual na próxima reunião, reforçou o apetite dos estrangeiros por ativos brasileiros, especialmente debêntures corporativas.

Com isso, o Ibovespa se manteve ao longo da semana acima dos 131 mil pontos, sem apresentar sinais claros de correção. O dólar também sentiu o impacto do fluxo estrangeiro e operou vários dias abaixo dos R$ 4,70, embora tenha voltado a subir nos últimos pregões, pressionado pelo avanço nos juros futuros.

Brasil: cenário político

No campo político, a aprovação do Orçamento de 2025 pelo Congresso chamou atenção. O texto incluiu um aumento de 16% nas emendas parlamentares, movimento que reforça o foco eleitoral do Legislativo, em detrimento de áreas como saúde e educação.

O investidor estrangeiro segue cauteloso com o cenário inflacionário global, mas viu espaço para operar no Brasil. Já o investidor local está animado com a alta da bolsa, mas consciente de que o risco fiscal ainda pesa no horizonte”, avalia Marco Prado.

O mercado encerra a semana equilibrando otimismo técnico com preocupações estruturais, em meio à expectativa pela divulgação da ata do Copom na próxima terça-feira — documento que pode oferecer mais pistas sobre os próximos passos da política monetária do Brasil.

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