Cemig (CMIG4): Gostou dos dividendos? Não se acostume, alerta Itaú; ação cai forte

A Cemig (CMIG4) cai forte nesta sessão após divulgar queda de quase 50% no lucro, a R$ 998 milhões. Por volta das 12h49, a ação era um dos destaques de queda no Ibovespa, com recuo de 5,64%, a R$ 10,71.

Apesar das cifras mais fracas, os números ficaram dentro do esperado por analistas. A Genial diz que a companhia teve uma boa geração de receita, a R$ 11,777 bilhões.

Veja os principais números:

4T24 4T23 Variação
Lucro R$ 998 mi R$ 1.8 bi -47,1%
Receita R$ 11 bi R$ 9.9 bi 12,3%
Ebitda R$ 1.9 bi R$ 2.1 bi -10,4%

Para a casa, fica claro que a companhia apresenta avanços em seu negócio principal, a distribuição.

Apesar do Ebitda mais fraco na comparação anual, os analistas dizem que há impactos de uma base mais forte no quarto trimestre, sobretudo no segmento de comercialização.

“Esse impacto mais negativo ficou com a Cemig GT, que foi impacta pela maior exposição ao mercado de curto prazo”.

Já a XP diz que os números ficaram ligeiramente abaixo das estimativas.

O problema para a corretora foi o resultado operacional, 5% abaixo do esperado, principalmente explicado por despesas operacionais acima do esperado devido ao aumento de terceiros.

“No entanto, observamos que a Cemig continua sua tendência operacional positiva no segmento de distribuição, demonstrando melhorias sequenciais e um aumento significativo no capex no período”.

Dividendos da Cemig vieram para ficar?

Já o Itaú BBA dá destaque especial para os dividendos. Junto com os números, a companhia pagará mais R$ 500 milhões.

A empresa já havia anunciado R$ 3,3 bilhões em trimestres anteriores (o que inclui um pagamento adicional de R$ 1,4 bilhão de reservas acumuladas).

O valor total é de R$ 5,15 bilhões, representando um dividend yield muito alto de 14% para o ano.

“Se considerarmos apenas os dividendos relacionados aos resultados de 2024 (excluindo os R$ 1,4 bilhão adicionais mencionados acima), o yield chegaria a 10%, impulsionado principalmente pelos ganhos pontuais obtidos durante o último ano (como a venda da Aliança Energia)”.

Apesar disso, o BBA que esses retornos não vão se repetir nos próximos anos.

Algo parecido havia sido dito pelo JPMorgan. Em relatório que rebaixou a empresa para venda, o banco diz que a empresa, que foi um destaque de dividendos no ano passado, pode ter redução no pagamento. Em 2024, a elétrica mineira depositou 113% mais, a R$ 1,92 por ação.

“Estimamos rendimentos em declínio após os rendimentos de dois dígitos e o forte desempenho das ações (alta de 52,4% em 2024)”.

Nos cálculos dos analistas, a Cemig pode ver o seu retorno quase cair pela metade, passando de 10% em 2025 para 6,5%.

Comprar a ação?

Os analistas consultados veem ação mais cara após disparar nos últimos anos. Segundo o Itaú BBA, o preço atual das ações já reflete os dividendos sólidos, bem como as melhorias operacionais e ganhos de eficiência.

A TIR (taxa interna de retorno) está em 7,7%, enquanto outras empresas negociam a dois dígitos. E não só isso. O BBA vai além e diz que a empresa pode ser uma boa alternativa para venda a descoberto, ou seja, shortear ou apostar contra o papel.

“Não apenas devido ao seu retorno pouco atrativo, mas também por causa de sua perspectiva de balanço energético para os próximos anos e do risco de submercado”.

Veja as recomendações abaixo:

Recomendação Preço-alvo
Itaú BBA R$ 11.35
BTG Neutra R$ 12,7
Genial Neutra R$ 12,50
XP Neutra R$ 12,8

 

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