Onze são indiciados na Operação Dark Shark, que apura crimes ligados à iluminação pública

O Ministério Público (MP) analisa desde o fim de fevereiro as conclusões do inquérito aberto pela Polícia Civil para apurar sobre supostas fraudes em licitações de iluminação pública de cidades do Sul de Santa Catarina. Onze pessoas, empresários e agentes públicos, foram indiciadas. As informações e nomes foram divulgados pelo portal NSC Total, de Florianópolis.

No rol de indiciados está o ex-vice-prefeito de Tubarão, Caio César Tokarski (União Brasil), suspeito de facilitar a nomeação de gestores que agiriam em parceria com empresários para fraudar contratos e licitações na área de iluminação pública. O inquérito diz que Tokarski, que renunciou ao cargo em 2023 após ser preso na Operação Mensageiro, é o “chefe do grupo criminoso”, de acordo com documentos citados pelo site.

O relatório foca em contratos da prefeitura de Tubarão e de Capivari de Baixo – na época, houve apreensões de documentos em vários locais, incluindo em Pescaria Brava e Laguna. A Polícia Civil aponta que foram abertas empresas (as “laranjas”) para participar de licitações municipais com intuito de facilitar a vitória da empresa principal.

De acordo com a investigação, os contratos investigados representavam R$ 30 milhões. Na operação, foram apreendidos cerca de R$ 300 mil em dinheiro e mais de R$ 7 milhões em cheques.

Esse é o segundo indiciamento da Dark Shark. No primeiro, em julho de 2023, o ex-vice-prefeito tubaronense, dois empresários e três agentes públicos haviam sido indiciados e alvos de pedidos de prisão preventiva. Na época, o Ministério Público pediu que fosse aguarda a conclusão do inquérito original.

Os crimes pelos quais eles foram indiciados vão de fraude a licitação a organização criminosa. Os casos estão agora no aguardo de manifestação do Ministério Público de Santa Catarina, que pode oferecer uma denúncia sobre os crimes citados, pedir o arquivamento do caso ou até mesmo pedir mais diligências e investigações à polícia.

Os indiciados

De acordo com documento mencionado pelo NSC Total, os indiciados são:

  • João Eduardo Botega, pelos crimes de fraude a licitação, corrupção ativa e organização criminosa
  • Jeickson Rodrigues Botega, pelos crimes de fraude a licitação e organização criminosa
  • Carlos Roberto Machado, pelos crimes de fraude a licitação e organização criminosa
  • Bruna de Bem Machado, pelos crimes de fraude a licitação e organização criminosa
  • Gisele Viana Felipe, pelo crime de fraude a licitação
  • Giovani Brasil, pelo crime de corrupção passiva
  • Murilo Gomes da Silva, pelo crime de fraude a licitação
  • Ingo Roberto de Quadra Gonçalves, pelo crime de fraude a licitação
  • Caio Cesar Tokarski, ex-vice-prefeito de Tubarão, pelos crimes de corrupção passiva, fraude a licitação e organização criminosa
  • Darlan Mendes da Silva, pelos crimes de corrupção passiva, fraude a licitação e organização criminosa
  • Adolfo Pinter, pelos crimes de corrupção passiva e organização criminosa.

Contrapontos

Em nota à imprensa, a prefeitura de Capivari de Baixo disse que “a atual gestão não possui qualquer ligação com os fatos relacionados à ‘Operação Dark Shark’” e que “estará tomando as medidas jurídicas e administrativas a referida prestadora de serviço de iluminação pública”.

O advogado de João Eduardo Botega, Nilson Machado, diz que aguardará manifestação do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). Já a defesa de Tokarski sustenta que o indiciamento de 2023 teria tido argumentações insuficientes e que na manifestação final do relatório policial “não houve alteração ou acréscimo de informações acerca do mesmo”. Ressaltaram, também, que vão “novos encaminhamentos e informações para nos manifestarmos acerca dos fatos” e que o caso corre em segredo judicial.

Os demais não se manifestaram até o momento.

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