Ascensão da IA: promessas de lucro ou risco de fracasso? Pesquisa analisa o mercado

A Inteligência Artificial (IA) deixou de ser uma tendência distante e se consolidou como uma força transformadora no modo como as empresas operam e se adaptam ao mercado.

De acordo com o relatório CIO Playbook 2025 da IDC (International Data Corporation), encomendado pela Lenovo, a IA está ganhando terreno no cenário corporativo, não apenas como uma tecnologia disruptiva, mas como um motor de transformação estratégica.

Com projeções que indicam que o mercado de IA na América Latina pode alcançar US$ 17,4 bilhões até 2027, o crescimento da IA generativa se destaca como o principal impulsionador dessa revolução.

No entanto, a grande mudança não está apenas na tecnologia em si, mas na maneira como as empresas a estão utilizando para alcançar resultados tangíveis.

Elas não estão mais focadas exclusivamente no desenvolvimento de IA, mas sim nos resultados reais que ela pode entregar aos seus negócios.

Esse é o cerne da IA-nomics, o termo que combina a ascensão da IA com as mudanças econômicas que ela traz consigo.

Crescimento acelerado dos investimentos

Os dados não mentem: 65% das organizações já adotaram a IA em algum nível de maturidade. No Brasil, esse número sobe para 68%.

Em um cenário tão competitivo, 90% das empresas estão explorando ou testando PCs com IA integrada, visando aumentar a produtividade.

E os investimentos não param por aí, estima-se que os gastos com IA na América Latina devem crescer 2,4 vezes nos próximos 12 meses, passando de 8% para 20% do total dos investimentos corporativos.

Esse crescimento acelerado reflete a crescente confiança das empresas na IA, que agora é vista como uma ferramenta não apenas de inovação, mas de diferenciação no mercado.

IA generativa e preditiva: novos horizontes para as empresas

Os investimentos estão sendo canalizados principalmente para IA generativa, com 50% dos gastos em IA até 2025 sendo direcionados a essa área.

A IA generativa, que pode criar conteúdos, produtos e até novos processos, impulsiona a automação e a personalização em larga escala.

Isso permite que as empresas melhorem sua eficiência operacional e atendam de maneira mais precisa e personalizada às necessidades dos clientes.

Ao mesmo tempo, a IA preditiva continua sendo aplicada com sucesso em setores como o financeiro e a saúde, ajudando as empresas a antecipar tendências e comportamentos.

Infraestrutura robusta e nuvem híbrida

Embora a IA seja o motor da transformação, sua implementação bem-sucedida depende de uma infraestrutura sólida.

De acordo com o relatório, 64% das empresas destacam que suas workloads de IA serão principalmente on-premise ou em nuvem híbrida.

Isso sugere uma tendência crescente de empresas buscando maior controle sobre seus dados e preferindo uma combinação de soluções locais e em nuvem, para equilibrar segurança, desempenho e flexibilidade.

A infraestrutura necessária para suportar IA deve ser robusta e escalável, permitindo que as organizações operem com eficiência e estejam preparadas para lidar com as crescentes demandas de processamento.

Principais desafios: infraestrutura, qualidade dos dados e governança

No entanto, a adoção da IA não é isenta de desafios. As organizações ainda enfrentam barreiras relacionadas à qualidade da infraestrutura, dados e governança.

A infraestrutura robusta é crucial para garantir que as operações baseadas em IA funcionem sem interrupções. A qualidade dos dados também é uma preocupação constante, pois as decisões baseadas em dados imprecisos ou desatualizados podem prejudicar a eficácia da IA.

Por fim, a governança é essencial para garantir que a IA seja implementada de forma ética e conforme as regulamentações emergentes, especialmente considerando o aumento do uso de IA generativa.

O sucesso é garantido?

Para muitas empresas, a era da IA-nomics representa uma grande oportunidade de crescimento e inovação. No entanto, como em qualquer transformação estratégica, o sucesso não é garantido para todos.

As empresas que investem em IA de forma estratégica, alinhando a tecnologia aos seus objetivos de negócios e gerenciando adequadamente os riscos associados, são as mais propensas a colher os frutos dessa revolução.

Em contrapartida, aquelas que não investirem adequadamente em infraestrutura, governança e qualidade de dados poderão encontrar obstáculos significativos em seu caminho, colocando em risco seus resultados e sua posição competitiva no mercado.

A expectativa é de que a IA não seja apenas uma ferramenta de automação, mas um pilar essencial da estratégia empresarial.

As organizações precisam adotar a IA de maneira que ela não apenas ajude a reduzir custos ou melhorar a eficiência, mas que realmente crie valor agregado ao negócio, seja por meio da inovação de produtos, seja pela personalização da experiência do cliente.

O estudo indica que as empresas que não conseguirem navegar essas águas desafiadoras poderão enfrentar dificuldades para manter sua relevância no mercado.

Já aquelas que souberem aproveitar o potencial da IA terão a oportunidade de prosperar, ampliando seus horizontes e alcançando novos patamares de inovação e lucratividade.

Confira a análise completa:

Lenovo-AI-Playbook-2025Baixar

Leia mais:

  • Cinco soluções que grandes cidades adotaram para despoluir seus igarapés
  • Crise nos municípios leva bancos a discutirem aumento do crédito público
Adicionar aos favoritos o Link permanente.