Estudo expõe como inflação, IA e meio ambiente impactam o Brasil em 2025

Um estudo da Globo em parceria com a Oxygen mapeia as principais tendências que devem marcar 2025 no Brasil.

O relatório destaca o crescimento econômico moderado, o impacto das mudanças climáticas, a ampliação do uso de inteligência artificial, a desigualdade na distribuição de investimentos culturais e ambientais e a transformação do consumo. A COP 30, que será realizada em Belém, coloca a pauta ambiental no centro das atenções do país.

A economia brasileira registrou um crescimento de 3,7% em 2024, impulsionada pelos setores industrial e de serviços. No entanto, a inflação fechou o ano em 4,83%, acima do limite estipulado pelo governo, comprometendo o poder de compra da população. A distribuição de renda segue desigual: 10% da população mais rica detém 75% da riqueza do país.

O salário mínimo foi reajustado para R$ 1.518, mas pesquisas indicam que 18% dos brasileiros não conseguem cobrir suas despesas básicas.

Além disso, 40% da população recorre ao cartão de crédito para cobrir gastos essenciais, refletindo um cenário de aperto financeiro.

Outro dado relevante aponta que 52% dos brasileiros afirmam que sua renda cobre apenas as despesas básicas ou não é suficiente para o essencial.

O endividamento também segue em alta, e o consumo consciente ganha força, com brasileiros buscando alternativas mais baratas e flexíveis, incluindo troca de marcas e adiamento de compras.

Mudanças climáticas e sustentabilidade

A crise climática tem impacto direto na população brasileira, com 97% afirmando sentir os efeitos das mudanças no dia a dia.

Em 2025, Belém do Pará sediará a COP 30, conferência global da ONU sobre mudanças climáticas, colocando o Brasil no centro das discussões ambientais.

A desigualdade na distribuição de investimentos ambientais também é um fator relevante: 76% dos recursos da Lei Rouanet para cultura foram direcionados ao Sudeste, enquanto o Norte e Centro-Oeste receberam apenas 2% cada.

O evento internacional pode atrair novos investimentos para a região Amazônica e ampliar o debate sobre conservação.

Outro efeito da crise climática é o impacto no custo de vida. Produtos como azeite e laranja registraram alta expressiva de preços devido às mudanças climáticas, e a tendência de inflação climática deve continuar afetando itens essenciais.

Tecnologia e inteligência artificial

O Brasil ocupa a quarta posição mundial no uso de inteligência artificial. Apesar do avanço, 37% dos brasileiros ainda não utilizam IA no cotidiano, e há uma desigualdade no acesso à tecnologia entre diferentes classes sociais.

Enquanto as classes A e B lideram o uso de IA, as classes C, D e E têm menor adesão devido à falta de infraestrutura e conhecimento digital.

A conectividade também cresce no país, com 89% da população tendo acesso à internet. No entanto, a qualidade do serviço ainda é um desafio, especialmente nas regiões Norte e Nordeste.

O uso de IA tem se expandido na vida dos brasileiros, desde a automação de tarefas diárias até a criação de conteúdo digital.

No entanto, desafios como desinformação e a falta de letramento digital seguem como barreiras para o uso responsável da tecnologia.

Demografia e identidade nacional

A população brasileira atingiu 212,6 milhões de pessoas em 2024. O Norte se destaca como a região mais jovem do país, com 25,2% da população composta por crianças e adolescentes de até 14 anos.

Além disso, 56% da população brasileira se declara negra (pretos e pardos), e o país registra 1,7 milhão de indígenas e 1,3 milhão de quilombolas.

Uma pesquisa revelou que 88% dos moradores do Norte e Nordeste sentem orgulho do Brasil, acima da média nacional.

O sentimento de identidade nacional segue forte, apesar dos desafios econômicos e sociais enfrentados pela população.

Transformação do consumo e comportamento do consumidor

Com o aumento do custo de vida e a inflação acima do esperado, os brasileiros estão ajustando seus hábitos de consumo.

A substituição de marcas tradicionais por alternativas mais baratas tem crescido, assim como o adiamento de compras e a preferência por modelos de assinatura e cashback.

Outro comportamento em alta é o consumo flexível. A busca por promoções, uso de cupons e adesão a programas de fidelidade se tornou mais comum, e empresas vêm adaptando suas estratégias para atender a esse novo perfil de consumidor.

O relatório também aponta o aumento da influência digital no consumo. Redes sociais, inteligência artificial e plataformas de recomendação estão moldando as decisões de compra, reforçando a importância da personalização e da transparência das marcas.

Confira o relatório completo:

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