Justiça considera ilegal greve de trabalhadores da saúde Yanomami e determina suspensão


Trabalhadores denunciam precariedade nos alojamentos, falta de insumos, insegurança e problemas nos salários. Decisão liminar foi expedida cerca de 4h após o início da greve. Profissionais da saúde indígena Yanomami entram em greve por insegurança e más condições de trabalho no território, em RR
Nylo Monteiro/Rede Amazônica
A Justiça do Trabalho considerou ilegal a greve de trabalhadores da saúde Yanomami e determinou que a categoria suspenda a manifestação. Os profissionais começaram a greve nesta segunda-feira (17) e reivindicam precariedade nos alojamentos, falta de insumos, insegurança e problemas nos salários.
A decisão liminar foi assinada pelo desembargador do Trabalho, Jorge Alvaro Marques, do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região, cerca de 4 horas após o início da greve. Ele considerou a greve ilegal e abusiva e determinou multa de R$ 10 mil por hora caso os trabalhadores descumpram a decisão.
Os trabalhadores se reúnem em frente à sede do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (Dsei-Y), no Centro de Boa Vista e dentro do território também.
A paralisação foi aprovada em assembleia extraordinária da categoria no último dia 12 de março, com apoio do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Privados de Serviço de Saúde de Roraima (Siemesp).
Entre as principais reivindicações estão problemas enfrentados pelos trabalhadores com a empresa terceirizada pelo Dsei-Y para atuação no território, a Agência Brasileira de Apoio à Gestão do Sistema Único de Saúde (AgSUS). Veja abaixo as reivindicações:
Condições precárias de alojamento;
Insegurança nas aldeias;
Falta de medicamentos;
Carência de equipamentos de proteção individual (EPIs);
Não pagamento de adicionais como insalubridade e pernoite.
Os trabalhadores também cobram reajuste salarial de 8% e a regularização do piso dos agentes de combate a endemias (ACE), aprovado pelo Senado em 2023. De acordo com os manifestantes, os problemas começaram desde janeiro deste ano, quando a Agsus assumiu.
O desembargador considerou a greve ilegal e abusiva, citando a ausência de negociação prévia e falhas na comunicação por parte do sindicato.
*Em atualização.
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