Magazine Luiza (MGLU3) dispara 22%, enquanto Natura (NTCO3) lidera as perdas — veja o que foi destaque no Ibovespa na semana

O Ibovespa (IBOV) deixou a aversão do mercado externo de lado e saltou pela segunda semana consecutiva, em meio a temporada de balanços corporativos referentes ao quarto trimestre de 2024 (4T24).

O principal índice da bolsa brasileira acumulou alta de 3,14% nos últimos cinco pregões e encerrou a última sessão no maior nível do ano, próximo aos 129 mil pontos.

Já o dólar à vista (USBRL) terminou a R$ 5,7433Na semana, a divisa acumulou baixa de 0,81%.

O cenário doméstico dominou o apetite ao risco dos investidores, em uma semana recheada de dados econômicos.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referência de inflação, subiu 1,31% em fevereiro, após uma alta de 0,16% em janeiro. O número ficou em linha com as estimativas do mercado. No ano, o IPCA registra alta de 1,47% e em 12 meses, 5,06%.

O setor público consolidado teve superávit primário recorde e a valorização do real reduziu a despesa com juros, de acordo com o Banco Central. 

O país registrou um superávit primário de R$ 104,096 bilhões em janeiro no setor público consolidado, acima da expectativa de economistas consultados em pesquisa da Reuters de um saldo positivo de R$ 102,135 bilhões. Esse foi o melhor resultado já registrado na série histórica do BC para todos os meses.

Os investidores voltaram também as atenções a Brasília. Durante a semana, o governo propôs um corte de R$ 7,7 bilhões no programa Bolsa Família no Orçamento deste ano, ampliando a redução de despesas já prevista no pacote fiscal aprovado no ano passado. Antes, a previsão era de corte de R$ 2 bilhões no Bolsa Família em 2025. A Lei Orçamentária (LOA) deve ser votada até abril.

No exterior, as tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, continuaram nos holofotes.

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Os agentes financeiros também reagiram a novos dados de inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) e ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, que vieram abaixo do esperado.

As tensões sobre uma possível paralisação das atividades do governo norte-americano (shutdown) foram aliviadas após o líder da minoria no Senado, Chuck Schumer, afirmar que votaria a favor do avanço da medida republicana.

Para a próxima semana, o mercado acompanha as decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. Também, há a expectativa de anúncio de novos estímulos econômicos na China.

Sobe e desce do Ibovespa

A ponta positiva do Ibovespa foi liderada por Magazine Luiza (MGLU3) pela segunda semana consecutiva.

Dessa vez, a companhia foi beneficiada pela reação ao balanço do quarto trimestre (4T24), divulgado na última quinta-feira (13).

A varejista reportou lucro líquido ajustado de R$ 139 milhões no período de outubro a dezembro. O número representa um avanço de 37% na comparação anual.

Na avaliação do Goldman Sachs, o Magazine Luiza apresentou mais um conjunto de melhorias nos resultados deste trimestre, ainda que ligeiramente abaixo das expectativas devido ao crescimento da receita líquida abaixo do esperado.

As ações da B3 (B3SA3) foram destaque após o Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) encerrar uma disputa de R$ 5,77 bilhões com a Receita Federal, com decisão favorável à dona da bolsa brasileira. 

CSN Mineração (CMIN3) e da CSN (CSNA3) também figuraram entre as maiores altas da semana em reação aos resultados trimestrais considerados positivos pelo mercado.

Confira a seguir as maiores altas do Ibovespa entre 10 a 14 de março:

CÓDIGO NOME VARIAÇÃO SEMANAL
MGLU3 Magazine Luiza ON 22,14%
B3SA3 B3 ON 20,28%
CSNA3 CSN ON 16,14%
BEEF3 Minerva ON 12,11%
CMIN3 CSN Mineração ON 12,02%
ASAI3 Assaí ON 11,03%
RENT3 Localiza ON 10,16%
PETZ3 Petz ON 9,18%
CVCB3 CVC ON 8,02%
AMOB3 Automob ON 7,69%
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Já a ponta negativa foi liderada por Natura&Co (NTCO3) de olho nos resultados do 4T24. A varejista reportou prejuízo líquido de R$ 438,5 milhões entre setembro e dezembro, uma redução de 83,5% na base anual. No mesmo período de 2023, a empresa tinha registrado um prejuízo líquido de R$ 2,7 bilhões.

Mas o que chamou a atenção do mercado foram as margens de Ebitda mais pressionadas do que o esperado e a inclusão dos resultados da Avon International a partir de dezembro ao balanço, com a conclusão do processo de recuperação judicial nos Estados Unidos (Chapter 11).

O BTG Pactual, por exemplo, classificou os números como “poluídos” e abaixo das expectativas.

Azzas 2154 (AZZA3) também foi destaque na ponta negativa com o possível ‘divórcio’ dos gestores da empresa após menos de oito meses da fusão entre Arezzo&Co e Soma. 

Veja as maiores quedas do Ibovespa na semana:

CÓDIGO NOME VARIAÇÃO SEMANAL
NTCO3 Natura ON -28,95%
AZZA3 Azzas 2154 S.A. -19,17%
AURE3 Auren ON -5,71%
BRFS3 BRF ON -5,58%
PCAR3 GPA ON -3,61%
CMIG4 Cemig PN -3,35%
AZUL4 Azul PN -3,33%
SLCE3 SLC Agrícola -2,92%
WEGE3 Weg ON -2,40%
USIM5 Usiminas PNA -2,33%

 

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