Casas Bahia (BHIA3): ‘4T24 foi um marco para a companhia’, diz diretor de RI; ações disparam 15% nesta sexta (14)

As ações da Casas Bahia (BHIA3) acumulam uma alta superior a 50% apenas nos últimos cinco dias. Nesta semana, a varejista recuou apenas no pregão de reação ao balanço do quarto trimestre de 2024, avaliado como misto por analistas.

Nesta sexta (14), a varejista caminha para reverter as perdas da véspera, de -13,19%, com avanço superior a 15% por volta das 16h (horário de Brasília). Acompanhe o tempo real.

O balanço divulgado na quarta-feira (12) mostrou prejuízo líquido de R$ 452 milhões, uma melhora de 54,8% em relação ao prejuízo de R$ 1 bilhão apurado no mesmo período de 2023.

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Gabriel Succar, diretor de relações com investidores do Grupo, afirma que o resultado foi um marco para a companhia, tendo em vista a inversão de tendência de vendas demonstrada no trimestre.

“De maneira consolidada, as lojas já vinham apresentando uma recuperação, inclusive no terceiro trimestre, mas o quarto trimestre coroou uma super performance”, disse em entrevista ao Money Times.

Succar expressou a satisfação do Grupo com o desempenho de lojas físicas e também do e-commerce. Ele destaca que este trimestre marcou o quinto consecutivo de melhora de rentabilidade, evidenciando consistência e alinhamento com o plano de transformação da Casas Bahia.

Na avaliação dele, o aumento da venda de serviços, sortimento adequado e meios de pagamento alinhados com a demanda, além de ter mais oferta de crédito, estão entre os méritos para esse desempenho.

“Houve um grande sucesso em redução de custos e despesas, produtividade, e, como consequência, tem ajudado muito nessa questão da rentabilidade”, pondera.

Ele pontua ainda que a Casas Bahia está em uma trajetória de chegar em um patamar sustentável de geração de caixa, equilibrando lucratividade com fluxo de caixa livre.

“Estamos preparando a companhia para conseguir, inclusive, suportar o pagamento de todos os juros e outros tipos de empréstimos e financiamentos que fazemos”.

Alavancagem preocupa analistas

Em relação à preocupação de analistas com a alavancagem, expressa em relatórios após o balanço do quarto trimestre, Succar afirmou que a empresa tem uma perspectiva do possível aumento de juros, e isso tem, de fato, impacto financeiro.

Segundo ele, o trabalho da empresa está voltado para ser mais eficiente em outras despesas na operação, a fim de compensar qualquer repasse do aumento de juros para a despesa financeira.

A expectativa é de que trimestre a trimestre o Grupo Casas Bahia consiga superar os patamares de alavancagem, disse na entrevista, destacando que à medida que a companhia crescer em venda e melhorar a rentabilidade, também vai ter um melhor patamar de caixa, que auxiliará na equação de melhora do endividamento.

“Hoje, de fato, temos uma alavancagem aquém do que a gente gostaria, mas estamos em uma trajetória positiva para chegar lá”, diz.

Succar pontua que o Grupo encerra neste ano de 2025 o plano de transformação e, com isso, há estimativa de um patamar mais competitivo em relação à alavancagem.

Casas Bahia preparada para alta da Selic?

Succar reconhece que 2025 é um ano desafiador olhando para a macroeconomia, mas recorda que a história do Brasil é repleta de ciclos de altas e baixas e empresas já provaram ser possível navegar neste cenário.

Vale lembrar que nos próximos balanços a companhia irá lidar com mais um ciclo da taxa básica de juros (Selic).

Na próxima quarta (19), ocorre a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que deve elevar a Selic para 14,25%, caso concretize a projeção dada no final de 2024.

Do ponto de vista do consumidor, o Grupo Casas Bahia está cauteloso e se preparando para oferecer melhores produtos, proposta de valor e meios de pagamento para viabilizar o consumo, segundo o diretor de RI.

Ele aponta ainda uma oportunidade vista pela companhia, de ofertar crédito para clientes que são “bancarizados”, mas que em momento de alta da Selic, sofrem com perda de concessão.

Succar destacou ainda que a Casas Bahia está firme em sua estratégia voltada para produtos-chave e lojas físicas, que trazem bons resultados para a companhia. Veja mais sobre a estratégia aqui. 

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