Sem carnaval, varejo e serviços registram recuperação em fevereiro, aponta IGet

Sem a folia de Carnaval em fevereiro e um começo de ano difícil com retração, tanto varejo quanto o setor de serviços mostraram sinais de recuperação. Isso é o que mostra o índice IGet, desenvolvido pelo Santander em parceria com a Getnet.

Após dezembro registar uma queda de 1,7%, seguido pela estabilidade em janeiro, o índice de serviços cresceu 2,4% em fevereiro. Já na métrica interanual, o dado mostrou queda de 0,5% anualmente — a quarta variação negativa sequencialmente.

“O resultado continua reforçando a forte volatilidade do indicador nos últimos meses”, apontam Gabriel Couto e Rodolfo Pavan, que assinam o documento.

Ainda no mês, enquanto o varejo restrito acelerou 2,1%, o varejo ampliado subiu 1,3%. Além de mostrar um aumento após dados negativos em janeiro e fim de 2024, o dado indicou uma aceleração na segunda metade do mês após a prévia mostrar virtual estabilidade.

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Sinais positivos para os serviços às famílias, varejo restrito e ampliado

Após a prévia do mês apontar para resultado mais forte (3,1%) para o setor de serviços, os dados consolidados mostraram crescimento menor do indicador, embora que ainda em ritmo favorável.

Enquanto os serviços de alojamento e alimentação recuaram 0,7% em fevereiro, sua terceira queda consecutiva do indicador, o segmento de outros serviços avançou 1,3% — seguindo o ritmo de crescimento visto no mês passado (+5,4%).

“Apesar da abertura mista, a maior aderência do segmento de alojamento e alimentação aos dados oficiais gera um alerta sobre os resultados”, apontam os especialistas.

“Ainda assim, o dado negativo de alojamento e alimentação chama a atenção, uma vez que este segmento tem maior aderência aos dados oficiais e apontou o segundo mês consecutivo de recuo na margem”.

Passando para os dados do varejo, segundo o índice, houve um crescimento de 1,3% no mês, frente ao – 0,8% registrado em janeiro. Na métrica interanual, os dados continuam mostrando crescimento de +5,2% anualmente.

No varejo restrito, o segmento de vestuário foi o único com desempenho negativo (-0,8%), enquanto outros bens de uso pessoal (+10,4%), móveis e eletrodomésticos (+8,0%) e artigos farmacêuticos (+2,5%) se destacaram positivamente.

Já no varejo ampliado, o setor de automóveis, partes e peças subiu 3,3%, enquanto materiais de construção tiveram uma leve alta de 0,1%.

Para os especialistas, a desaceleração do impulso fiscal pode impactar a atividade à frente, mas o mercado de trabalho aquecido tende a impedir uma desaceleração mais forte. Isso porque, embora a política monetária esteja ainda mais restritiva, tende a se configurar em pressão baixista adicional.

“Ainda assim, não vemos sinais claros de desaceleração mais acentuada no curto prazo até o momento”, dizem.

Outros indicadores de serviços e varejo nesta semana

Nesta quinta-feira (13), saíram dados da Pesquisa Mensal de Serviços. Em janeiro, o volume de serviços no Brasil recuou 0,2%, frente ao mês de dezembro em 2024, após ficar estável (0,0%) com ajuste sazonal.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor se encontra 15,9% acima do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e 1,1% abaixo de outubro de 2024 (pico da série histórica).

Na comparação anual, subiu 1,6%, e em doze meses, 2,9%, reduzindo o ritmo de expansão frente a dezembro de 2024 (3,2%).

Ainda nesta semana, será publicado o Índice de Preços ao Produtor (IPP) na sexta-feira (13). Em dezembro de 2024, o volume de vendas no comércio varejista nacional variou -0,1% frente a novembro, na série com ajuste sazonal, enquanto a média móvel trimestral teve variação nula (0,0%).

Comparado com dezembro de 2023, o varejo ampliado cresceu 1,4%, enquanto em 2024 acumulou alta de 4,1%.

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