Wall Street despenca com recessão dos EUA no radar; Nasdaq tem maior queda diária em mais de dois anos

O temor de recessão dos Estados Unidos voltou a abalar os mercados. Wall Street acelerou as perdas nesta segunda-feira (10) e encerrou em forte queda, renovando as mínimas em meses, com a escalada da aversão ao risco.

Confira o fechamento dos índices de Nova York: 

  • Dow Jones: -2,08%, aos 41.911,71 pontos;
  • S&P 500: -2,69%, aos 5.614,56 pontos;
  • Nasdaq: -4,00%, aos 17.468,33 pontos.

O índice Nasdaq, que reúne as maiores empresas do setor de tecnologia, registrou a maior perda diária desde 13 de setembro de 2022, quando o índice caiu cerca de 5%.

Durante a sessão, o VIX (CBOE Volatility Index), indicador que mede a aversão ao risco de Wall Street, também conhecido como o “termômetro do medo”, atingiu as máximas no ano e opera no maior nível desde dezembro de 2024.

O que movimentou Wall Street hoje?

As bolsas de Nova York aceleraram as perdas após o o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump., não descartar uma recessão. Em entrevista à Fox News no último domingo (9), o chefe da Casa Branca afirmou que a economia pode “passar por um período de transição”.

Para o JP Morgan, o risco de recessão dos Estados Unidos aumentou de 30% para 40% nesta segunda-feira (10).

O medo de desaceleração da economia norte-americana, acompanhada de uma stagflation – cenário em que a redução ou estagnação de crescimento econômico está atrelado a aumentos de preços ou a uma inflação acima da esperada pelo Federal Reserve (Fed) – aumentou nas últimas semanas, com dados de atividade mais fracos do que o esperado e as incertezas sobre a imposição de tarifas de importação a vários países.

Na semana passada, a ferramenta GDPNow do Fed de Atlanta apresentou uma grande variação, apontando uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano de -2,4% no primeiro trimestre de 2025.

Se a previsão se confirmar, esse será o pior desempenho da economia dos EUA desde o segundo trimestre de 2020 – auge da pandemia de Covid-19. O cenário também pode abrir caminho para uma recessão técnica, que é quando o PIB é negativo por dois trimestres consecutivos.

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O mercado seguiu também em compasso de espera por novos dados. Entre eles, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de fevereiro deve ser divulgado na próxima quarta-feira (13). Embora o CPI não seja a referência preferida do Federal Reserve (Fed) para inflação, o dado ajuda o mercado a calibrar as apostas de corte nos juros do país.

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