Wall Street no vermelho: ‘Termômetro do medo’ atinge maior nível em três meses e Nasdaq derrete 4%

O risco de recessão da maior economia do mundo bate à porta mais uma vez e as bolsas de Wall Street derretem nesta segunda-feira (10).

O índice Nasdaq, que reúne as maiores empresas do setor de tecnologia, registra queda de mais de 4% durante o pregão, no menor patamar desde setembro de 2024. O índice também caminha para a maior perda diária desde 13 de setembro de 2022.

O S&P 500 também cai mais de 2% e opera no nível mais baixo em mais de seis meses. O Dow Jones já perdeu 800 mil pontos desde a abertura.

Já o VIX (CBOE Volatility Index), indicador que mede a aversão ao risco de Wall Street, também conhecido como o “termômetro do medo”, atingiu as máximas no ano e opera no maior nível desde dezembro de 2024. O índice tem avançado desde 21 de fevereiro após dados de atividade econômica mais fraco.

O movimento acontece após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump., não descartar uma recessão. Em entrevista à Fox News no último domingo (9), o chefe da Casa Branca afirmou que a economia pode “passar por um período de transição”.

“Odeio prever coisas assim. […] Há um período de transição, porque o que estamos fazendo é muito grande — estamos trazendo riqueza de volta para os EUA”, afirmou Trump. Ele ainda acrescentou que isso “leva um pouco de tempo”.

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Recessão dos EUA à vista

Para o JP Morgan, o risco de recessão dos Estados Unidos aumentou de 30% para 40% nesta segunda-feira (10) – com reflexo visto em Wall Street hoje. A expectativa do banco é de que a maior economia do mundo fique próximo de 1% neste ano se as tarifas sobre o México e o Canadá, ante a projeção de 2% anteriormente.

O medo de desaceleração da economia norte-americana, acompanhada de uma stagflation – cenário em que a redução ou estagnação de crescimento econômico está atrelado a aumentos de preços ou a uma inflação acima da esperada pelo Federal Reserve (Fed) aumentou nas últimas semanas, com dados de atividade mais fracos do que o esperado e as incertezas sobre a imposição de tarifas de importação a vários países.

Na semana passada, a ferramenta GDPNow do Fed de Atlanta apresentou uma grande variação, apontando para uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano, o que assustou o mercado. Na última atualização, em 6 de março, a estimativa do modelo para o crescimento do PIB de -2,4% no primeiro trimestre de 2025.

Se a previsão se confirmar, esse será o pior desempenho da economia dos EUA desde o segundo trimestre de 2020 – auge da pandemia de Covid-19. O cenário também pode abrir caminho para uma recessão técnica, que é quando o PIB é negativo por dois trimestres consecutivos.

Agora, os agentes financeiros aguardam a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de fevereiro, prevista para a próxima quarta-feira (13). Embora o CPI não seja a referência preferida do Fed para inflação, o dado ajuda o mercado a calibrar as apostas sobre a trajetória de juros do país.

*Com informações de Seu Dinheiro 

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